Pecuária de corte

Enquanto confinamento geral caiu, cresceu a engorda contínua de bois para exportações

27 ago 2020, 10:48 - atualizado em 27 ago 2020, 10:48
boi
Boi comum perde espaço e boi de elite cresce nos confinamentos (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Como diz o confinador Sérgio Przepiorka, o confinamento de bois no Brasil não faz verão. Os animais que giram o sistema são poucos ante o volume geral abatido. Mas é um bom indicador para as exportações, mais ainda quando se fala de carne com prêmio para mercados mais exigentes.

O Boitel Chaparral, de Przepiorka, viu aumento da carteira de clientes que fazem confinamento contínuo, ou seja, levam boiada o ano inteiro para engordar nos currais. São cerca de 40% dos 60% da capacidade estática de 20 mil animais. E desses pecuaristas fiéis, nos últimos dois anos o crescimento foi de 30%, em sintonia com o maior envio de carnes para a mesa do chinês.

Agora, os números de bois do próprio proprietário do boitel de Rancharia (SP) reforçam a tendência de que animal alimentado em curral, com engorda mais rápida e de qualidade, é para exportações. O índice este ano está em 40% – “diminuí um pouco meus bois para dar mais espaço para os de clientes” – e 98% é para China ou Europa.

Quando as estatísticas apontam que em 2020 a lotação geral dos confinamentos, somando os contínuos e os tradicionais dois giros (de 3 meses cada), cairá sobre 2019 (3,57 milhões de cabeças, mais 5% sobre 2018), segundo a Assocon (associação da categoria), o avanço de vagas para animais de elite foi maior.

Enquanto o custo de ração, exponencialmente o milho que já beira os R$ 70/saca, segundo o produtor, e a alta de animais para reposição, espantaram muita gente, as vendas externas capitaneadas por China suportaram a elevação dos custos.

A China veio mais forte este ano a partir de junho e, agora, acelerou, antes mesmo do boom de 2019, que despontou mesmo de setembro em diante.

O 1º giro deste ano, ressalvando mais uma vez em termos gerais e excetuando os bois China, foi bem abaixo do de 2019. “Já saiu uns 80%, restando uns 20%”, diz Sérgio Przepiorka, avaliando a média dos confinamentos existentes no Noroeste e Norte paulistas.

Para o 2º giro, o Chaparral, por exemplo, já está com 50% de sua capacidade tomada. Vai ser maior que o do mesmo período do ano passado.

“Vamos rodar este ano em torno de 45 mil animais”, fala o confinador próprio e para terceiros.

E ainda não enxerga potencial para pressionar os preços com maior oferta de bois que vão entrar no mercado a partir do final de setembro.

Para a semana que vem, o proprietário do Boitel Chaparral acredita em boi China de R$ 240. E boi comum de R$ 235,00. R$ 5 de alta sobre o que Przepiorka e seus clientes estão praticando hoje no JBS (JBSS3), de Lins, ou no Frigol, de Lençóis Paulista.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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