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Enquanto Neymar chora por marketing, clubes de futebol podem ter perdas com casas de apostas

29 mar 2023, 18:26 - atualizado em 29 mar 2023, 18:26
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Neymar “chora” em jogada de marketing para casa de apostas (Imagem: Pixabay)

Nesta quarta-feira (29), um vídeo de Neymar “chorando” após supostamente perder 1 milhão de euros na Blaze tomou conta da internet. Entretanto, se tratava de uma jogada de marketing. O jogador é garoto propaganda do site de apostas.

O vídeo gerou confusão e até mesmo a noticiação de que o jogador teria de fato perdido a quantia, entretanto, em contato com o Uol, a assessoria informou que não houve perda e se tratava de uma ação de marketing.

Em meio à situação, quem realmente pode perder com as casas de apostas são os clubes de futebol. Isso porque há um projeto de regulação do setor sendo estruturado, que estava previsto de ser apresentado pelo governo após a viagem presidencial à China no fim deste mês, segundo a agência de notícias Reuters.

Com a regulação, sites de aposta precisarão ter sede no Brasil para atuar de forma regular. Sem isso, não poderão patrocinar clubes de futebol, sendo proibido que as marcas sejam exibidas em uniformes de times se não estiverem regularmente registradas em território nacional.

Ao contrário de Neymar, clubes de futebol podem ter perdas reais

Ao contrário do “choro” de Neymar com viés de divulgação que circulou nas redes, caso casas de apostas não sigam as exigências da legislação, os clubes poderão perder patrocínios.

Dos 20 clubes que compõem a série A do Brasileirão, 19 contam com patrocínios de casas de apostas. Em alguns casos, se trada da cota máster de patrocínio, portanto, a mais rentável para o clube.

Confira os clubes e qual casa de apostas os patrocinam:

  1. Atlético-MG – Betano
  2. Fluminense – Betano
  3. Cruzeiro – Betfair
  4. Palmeiras – Betfair
  5. Coritiba – Dafabet
  6. América-MG – EstrelaBet
  7. Internacional – EstrelaBet
  8. Athletico – Esportes da Sorte
  9. Bahia – Esportes da Sorte
  10. Goiás – Esportes da Sorte
  11. Grêmio – Esportes da Sorte
  12. Red Bull Bragantino – MrJack.Bet
  13. Fortaleza – Novibet
  14. Botafogo – Parimatch
  15. Corinthians – Pixbet
  16. Flamengo – Pixbet
  17. Santos -Pixbet
  18. Vasco – Pixbet
  19. São Paulo – Sportsbet.io

O plano para tributar as apostas esportivas no Brasil

As empresas de jogos e apostas esportivas feitas pela internet terão que pagar uma licença para operar no Brasil.

No início de março, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) já havia confirmado que o governo está preparando uma medida provisória (MP) para regulamentar e, principalmente, começar a tributar as apostas esportivas feitas pela internet.

“É um setor que não tá pagando nada de tributo. Como não há série histórica, nós temos que acumular informações que estão vindo do próprio setor — mas não podem ser exclusivas deles — para fechar as medidas”, disse Haddad sobre a MP.

Segundo o CEO da Galera.bet, Marcos Sabiá, além da cobrança de impostos, a proposta da Fazenda também traz a obrigatoriedade do pagamento de licença (outorga) para que as empresas de apostas operem no Brasil. O executivo participou de reunião sobre a medida com a pasta.

Sabiá afirmou que, com a regulamentação, o governo receberá os pedidos das companhias que tenham interesse em operar no Brasil e fará avaliação de capacidade financeira e administrativa.

“Essas empresas vão precisar pagar um valor significativo para obterem a licença de operação no Brasil. Isso mostra que elas terão capacidade de operação”, disse o executivo à Reuters. “É bastante importante ter [a cobrança da outorga], até como medida de aferição da capacidade financeira da empresa.”

Sabiá afirmou também que empresas que atuam hoje no país apoiam a regulamentação, ressaltando que, no G20, apenas Brasil e Indonésia não têm normas claras para o setor.

Segundo ele, os valores arrecadados com a outorga poderão ser direcionados para estruturar a área do governo que fará a regulação e fiscalização desse mercado.

* Com Zeca Ferreira

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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