Aviação

Enquanto reguladores se preparam para validar retorno do 737 MAX, domínio global da FAA desaparece

19 nov 2020, 11:33 - atualizado em 19 nov 2020, 11:33
Boeing
Em março de 2019, quando uma segunda queda do MAX em cinco meses elevou o número de mortos em incidentes com o jato da Boeing para 346 (Imagem: REUTERS/Karen Ducey)

Reguladores globais ainda não aprovaram o retorno do Boeing 737 MAX, apesar de uma decisão da agência de aviação dos Estados Unidos (FAA) de encerrar a suspensão de 20 meses dos voos da aeronave, o que ressalta as mudanças na hierarquia regulatória global causada por duas quedas do avião que mataram centenas de pessoas.

Em março de 2019, quando uma segunda queda do MAX em cinco meses elevou o número de mortos em incidentes com o jato da Boeing para 346, a China rapidamente suspendeu os voos do avião, gerando uma série de outras proibições em todo o mundo.

Os anúncios da suspensão destacaram a crescente influência da China nos assuntos aeroespaciais e globais.

Agora, no entanto, espera-se que o processo de aprovação do retorno ao serviço da aeronave demore dias, semanas ou mais, já que os reguladores fora dos EUA verificam a análise da FAA e impõem suas próprias condições para a retomada dos voos do avião.

No passado, os reguladores seguiam prontamente a orientação da FAA, considerada por décadas como a pioneira na segurança da aviação. Mas muitos agora estão temerosos depois que a agência dos EUA foi acusada de ser negligente na supervisão.

Canadá e Brasil, dois países fabricantes de aeronaves com peso na indústria, devem apoiar a decisão da FAA dentro de semanas. Mas ambos disseram na quarta-feira que ainda não estavam prontos para decidir.

“Acho que está fazendo com que os países sejam um pouco mais críticos em relação ao processo de validação do certificado”, disse Mike Daniel, ex-especialista em certificação da FAA e investigador de acidentes baseado de Cingapura.

A capacidade dos reguladores de cooperar é crucial em um setor que abrange dezenas de jurisdições.

Ter um regulador como a FAA fazendo o trabalho pesado para certificar um avião dos EUA reduz custos e tempo, porque agências no exterior podem validar os resurreu

ltados sem ter que refazer a análise, disse o analista do Teal Group, Richard Aboulafia. “O que a FAA precisa é de mais recursos”, disse ele.

Mas haverá algumas diferenças entre o que a FAA aprovou e o que outros órgãos reguladores exigirão de suas companhias aéreas.

O chefe da FAA, Steve Dickson, minimizou as diferenças, afirmando que a FAA trabalhou em conjunto com a Europa, Canadá e Brasil.

“Por mais doloroso e árduo que tenha sido o processo, ele realmente fortaleceu a cooperação entre esses reguladores e acho que nos colocou em uma posição muito mais forte globalmente para a segurança da aviação no futuro”, disse ele. Ele espera que outras agências aprovem o MAX em um “período de tempo relativamente curto”.

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