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Entenda o que motivou a queda das ações de Méliuz, Enjoei, Mosaico e Bemobi nos últimos meses

30 set 2021, 15:53 - atualizado em 30 set 2021, 15:53
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Segundo a Genial Investimentos, existe um motivo principal por trás dessas quedas: o aumento das taxas de juros (Imagem: Pixabay/joelfotos)

Na onda dos altos e baixos dos mercados globais, a Bolsa brasileira vive um momento muito volátil. Nem as empresas de tecnologia, mesmo se beneficiando do avanço da digitalização no país, conseguiram se salvar da pressão. Méliuz (CASH3), Mosaico (MOSI3), Enjoei (ENJU3) e Bemobi (BMOB3) sentiram uma maior desvalorização de suas ações nos últimos meses.

Segundo a Genial Investimentos, existe um motivo principal por trás dessas quedas: o aumento das taxas de juros.

“É mais uma questão macroeconômica do que puramente fundamentalista”, comentaram Bruno Rosolini, analista de Tecnologia, e Eduardo Nishio, Head de Research de Finanças da corretora, em relatório divulgado na terça-feira.

Rosolini e Nishio destacaram que as techs são mais suscetíveis aos impactos dos juros.

“Quando fazemos nossos modelos de valuation para estimar o valor justo dessa empresa hoje (e para isso, descontamos os fluxos de caixa futuros a uma taxa até o dia de hoje), percebemos que o aumento da taxa de juros leva a um aumento da nossa taxa de desconto dos fluxos. Com uma taxa de desconto maior, teremos um valor presente (valor justo) da empresa menor”, explicaram.

Outros fatores que acabam ditando o movimento de baixa das ações são a desaceleração econômica, pois prejudica os resultados das companhias, e o risco que o setor de tecnologia já carrega.

“O setor de tecnologia, por si só, já é um setor mais arriscado e com uma maior volatilidade. Sendo assim, em momentos de queda na bolsa, as ações desse setor sofrem mais”, complementaram Rosolini e Nishio.

Além disso, com o aumento dos juros, as pessoas acabam migrando para investimentos em renda fixa. É o que o mercado está acompanhando atualmente: há uma transferência de capital da renda variável (ações) para renda fixa.

CASH3, MOSI3, ENJU3 e BMOB3: o que comprar?

A Genial tem sentimentos mistos em relação às ações do setor de tecnologia. O time de análise da corretora continua bastante otimista com a tese de investimento do Méliuz.

A Genial destacou novamente que a queda do papel da empresa se deve principalmente a uma questão macro. No mais, o Méliuz continua entregando bons resultados e trabalhando bem seus conceitos principais (aquisição e retenção de clientes e oferta de novas funcionalidades) no curto e médio prazo.

Angry Birds 2, Bemobi
As últimas aquisições da Bemobi (Tiaxa e M4U) animaram os analistas (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

A Genial está um pouco mais otimista com a Bemobi. As últimas aquisições da companhia (Tiaxa e M4U) animaram os analistas. Segundo a corretora, os movimentos mostram que a empresa está de olho e preocupada com o pipeline de M&As.

Quanto ao Enjoei e à Mosaico, a Genial não mudou sua visão de preocupação sobre os nomes.

A perspectiva pouco animadora em relação ao Enjoei se deve a questões mal resolvidas de sustentabilidade do modelo de negócio no longo prazo.

“É incerto ainda a porcentagem de GMV (valor bruto de mercadorias) e receita advindas de produtos falsificados e de origem duvidosa e, portanto, é complicado estimarmos o verdadeiro valor justo da empresa”, comentaram Rosolini e Nishio.

Por fim, a Mosaico, que animou os investidores no dia da sua estreia na B3 (B3SA3), acabou decepcionando o mercado pelo lado do crescimento inorgânico.

“Na nossa iniciação, esperávamos um movimento maior em relação a M&As, especialmente voltado para inclusão de novas features em suas plataformas, que ajudariam em uma maior aquisição e retenção dos clientes”, explicaram Rosolini e Nishio.

A Genial tem recomendação de compra para Méliuz, Bemobi e Mosaico, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 12, R$ 35 e R$ 13. A corretora colocou a tese de investimento do Enjoei sob revisão.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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