Tecnologia

Entenda o que muda para os investidores com o Open Investment

29 set 2023, 12:06 - atualizado em 29 set 2023, 12:06
Open Investment e open finance
Open Investment lançado ontem dará maior possibilidade aos investidores (Imagem: Umnat Seebuaphan’s Images)

Open Finance iniciou nesta quinta-feira (28) mais uma fase de compartilhamento de dados. A partir de agora, usuários poderão compartilhar informações de investimentos em fundosrenda fixa e renda variável com as instituições participantes.

Também chamado de Open Investment, a nova fase do Open Finance possibilita que as instituições financeiras ofertem produtos e serviços mais adequados aos seus clientes, facilitando o gerenciamento financeiro.

O que muda para os investidores? 

Nesta nova etapa de compartilhamento de dados, que só será feita com o consentimento dos interessados, as instituições financeiras poderão ter acesso a mais informações relacionadas aos seus clientes. Ou seja, as instituições aprovadas pelo Banco Central terão acesso ao “como” o seu cliente aloca o seu dinheiro em outras instituições financeiras.

Portanto, se o usuário tiver duas contas diferentes na instituição X e na instituição Y e habilitar o compartilhamento de dados via Open Finance, ele permitirá que a instituição X possa ver seus hábitos de investimentos na instituição Y e vice-versa. Desta forma, as empresas do mercado financeiro podem oferecer mais oportunidades aos clientes, aumentando assim a competitividade.

Bruno Moura, diretor de negócios da Klavi, empresa de tecnologia especializada em Open Finance, explica que essa é uma forma de auxiliar não só as pessoas que já investem, mas também as que deixam seu dinheiro parado na poupança ou até em um CDB.

“Vai ser possível a instituição financeira ofertar para esses clientes uma mudança por meio desses dados. Uma corretora que possui mais produtos de investimento que um banco tradicional, seja de renda fixa ou variável, vai poder chegar para essa pessoa com mais informações sobre o comportamento financeiro dela e oferecer uma nova opção”, diz.

A CEO do hub de tecnologia Aarin, Ticiana Amorim, destaca também que o Open Investment não será uma tendência passageira como muitos imaginam. “Ele faz parte de uma longa jornada que vivemos, com o Open Finance, isso porque tira o foco só de produtos bancários e traz as vantagens do compartilhamento autorizado de dados para outros produtos financeiros”, analisa. 

Atualmente, existem mais de 40 milhões de consentimentos ativos para compartilhamento de dados no âmbito do Open Finance, segundo o BC. A adesão, no entanto, ainda está baixa.

Pontos de dificuldade para a popularização da ferramenta

O diretor da Klavi ressalta que a maior dificuldade hoje em popularizar a ferramenta é a falta de informação das instituições.

“As pessoas veem que tem uma ferramenta chamada Open Finance ali no aplicativo, mas não tem uma explicação do que é, de como funciona ou de como aquilo vai beneficiar o cliente. Como que as pessoas vão confiar?”, questiona.

O medo do compartilhamento de dados tão sensíveis quanto os financeiros afastam os que querem se proteger de golpes por falta de orientação das instituições.

Outro ponto de atenção que Bruno destaca é a burocracia para que as pessoas permitam o compartilhamento dos dados. Segundo ele, para dar o consentimento, os clientes precisam passar por diversas telas até que cheguem na confirmação, o que potencializa a desistência.

“E uma coisa que muitos não sabem é que, depois de dar o consentimento, você precisa renovar ele. A taxa de renovação no Open Finance é de apenas 4%”,  afirma o diretor de negócios.

Amorim, da Aarin, pontua que a entrega de produtos e de novas soluções para os clientes precisa ser boa o suficiente para convencer as pessoas de que é interessante que as instituições tenham acesso aos dados deles. Sem essa relação de confiança estabelecida, nada acontece. 

O Open Finance é seguro? 

O compartilhamento de dados só é realizado com o consentimento do cliente e pode ser interrompido a qualquer momento.

Além disso, o compartilhamento acontece apenas entre a instituição participante escolhida pelo cliente para receber as informações e a instituição em que possui conta e que também integre o ecossistema.

Além de ter que seguir as regras de segurança cibernética tradicionais, as instituições participantes são obrigadas a possuir certificados de segurança específicos. Esses certificados seguem padrões internacionais e são os mesmos adotados em outros ecossistemas similares, como no Reino Unido.

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.