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Entre o diesel péssimo e o ruim, o Brasil vai gastar mais com o primeiro pela menor mistura de biodiesel

28 jan 2022, 11:06 - atualizado em 28 jan 2022, 12:04
Caminhões
Frota de veículos pesados polui mais ainda por conta da qualidade do diesel consumido no Brasil (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

Depois que o Ministério de Minas e Energia (MME) enterrou o B13 para 2022, a Petrobras (PETR4) e outros agentes vão precisar importar o equivalente a mais de 2,5 bilhões de litros de óleo diesel.

A manutenção da mistura do biodiesel ao derivado de petróleo em 10% (B10), vai ampliar os gastos, no ano em que os US$ 100 o barril deve ser alcançado, como vai erodir mais o meio ambiente.

Não apenas porque o diesel é o combustível mais poluente, mas porque boa parte do diesel que se usa no Brasil ainda é o pior.

O que mais faz rodar os utilitários no País é o tipo S500 (500 partes por milhão de enxofre), na ordem de 43% dos 60 bilhões de litros consumidos em 2021, de acordo com levantamento da União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio).

A entidade, que ainda não desistiu de fazer campanha para o governo voltar atrás e liberar a mistura de 13%, o que não deve ocorrer, também lança campanha para que o combustível mais pesado seja prioritariamente o S10, que lança 50 vezes menos enxofre na atmosfera e nos pulmões.

A Ubrabio, cujas associadas vão produzir menos este ano, 6 bilhões de litros, com prejuízo maior para as produtoras de biodiesel de soja – dominantes na cadeia – certamente não deve alimentar nenhuma esperança de reversão das medidas.

Como o S500 sai mais barato para refinar ou importar, que o outro, se alinha ao que o MME e Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) argumenta, quando culpa o biodiesel por parte dos preços altos do diesel.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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