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Entre o pouco conhecido e o muito desconhecido, São Paulo é o maior cardápio brasileiro

30 jul 2022, 9:40 - atualizado em 30 jul 2022, 9:58
Agricultura
Diversificação produtiva de São Paulo é a mais rica brasileira (Foto: Fabiano Bastos)

Em apenas 3% do território brasileiro, com a maior concentração urbana e industrial do País, e ainda excluindo-se uma boa faixa a Leste, no caminho do litoral, São Paulo tem de tudo um pouco do que sai do campo para as mesas e indústrias processadoras. A maior variedade brasileira.

Desconta-se as culturas e seus derivados mais visíveis, como da cadeia sucroenergética – cana, açúcar e etanol -, e da laranja ao suco, o Estado fornece ao Brasil e ao exterior um variado cardápio ‘anônimo’.

De pêssegos, nectarinas e ameixas, que numa época do ano chegam do Sudoeste misturados aos produzidos nos estados do Sul e aos importados, amendoim, ovos e látex têm a maior expressão entre o que é produzido no Brasil.

Algumas uvas de mesa também, como outros gêneros de frutas de clima temperado, entre os quais figos e caquis. Por sinal, mirtilos, groselha e cerejas idem, nas mesmas regiões serranas onde já se encontram azeitonas importadas do Sul de Minas.

É bem provável também que o brasileiro mal saiba que a maior parte da banana, fruta com mais cara tropical e a mais consumida no mundo, sai de São Paulo, o maior produtor nacional. Como das flores e plantas ornamentais.

Dando um salto da primeira metade do século XX, quando o estado já dividia com Minas o maior número de cafezais – hoje é o terceiro maior – que também já dividia as terras com a cana-de-açúcar, a hoje, até a impensável soja já é uma realidade nos últimos 10 anos.

A principal rubrica da pauta produtora e exportadora brasileira, ainda tem cara gaúcha, paranaense, mato-grossense e goiana, mas se não fosse a pequena área paulista apta para o milho, certamente a importância da oleaginosa seria muito maior do que é em Minas Gerais, entre outros estados.

Explica-se: a soja tem ciclo curto, de modo que depois da safra de verão é necessário que a terra seja ocupada com outra cultura de escala, que normalmente é com o milho, na maior parte do Brasil à exceção do Rio Grande do Sul.

Então, a oleaginosa acaba sendo plantada na renovação da cana, quando é tirada depois de envelhecida, até que três meses depois entra a cana nova.

Rateio

Exceção feita em parte do Oeste e em praticamente todo o Sudoeste de São Paulo, onde tem menos cana, e ainda se produz arroz, feijão e algodão. E trigo e outros cereais de inverno.

Em levantamento da Secretaria de Agricultura de São Paulo, então na parte agropecuária dos 248,196 milhões de km², os 3% do restante do Brasil, cerca de 400 mil propriedades rurais promovem a maior diversificação produtiva nacional.

Na maioria, pequenas e médias, isso ainda em módulos bem menores que na comparação com as unidades de medidas oficiais do Centro-Oeste.

No rateio, em termos de Brasil: 74% dos produtos alimentícios diversos (de frutas a cereais), 57% dos de origem vegetal (basicamente hortigranjeiros), 43% dos produtos oleaginosos (exceto soja), 52% dos animais vivos, 64% entre plantas e flores.

Ah, sim, 64% do complexo sucroalcooleiro e 85% de laranja e suco.

Ainda não foi informado a matéria-prima para papel e celulose, as florestas plantadas de eucaliptos, por exemplo.

Com solo e clima geograficamente diversificado, pegando um pouco da transição do lado temperado ou subtropical do Sul, com o tropical do restante do País, São Paulo também se aproveitou da extensa rede científica aqui presente muito antes da Embrapa virar agenda nos governos militares.

Secular até, como o Instituo Agronômico (IAC) ou a Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq).

US$ 122,41 bilhões em 2021, 26,6% superior a 2020, foi o valor da produção agropecuária, o segundo do ranking brasileiro.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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