Quedas, dividendos e ‘Efeito Flávio’: Os destaques do mercado antes da Super Quarta
Nesta terça-feira (9), a bolsa brasileira já iniciou agitada às vésperas de Super Quarta, quando coincidem as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Com queda logo pela manhã em virtude do “efeito Flávio”, os olhos dos investidores estão voltados para a política nacional e para as expectativas do cenário internacional nesta semana.
No Giro do Mercado de hoje, Juliana Caveiro e Giovanna Leal recebem Bruna Allemann, economista e head de internacional da Nomos, para comentar os principais destaques desse contexto.
O anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à presidência da república em 2026 preocupou o mercado pela perspectiva de divisão da direita. Ontem (8), o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), também apontado como possível candidato nas próximas eleições, deu declarações reafirmando a lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiando a candidatura de Flávio.
Para Allemann, o cenário é complexo e a queda do Ibovespa (Ibov) é uma reação dos investidores à divisão da direita. “O mercado vê uma imprevisibilidade e ele prefere cenários previsíveis. A bolsa já está pontuando o preço das eleições do ano que vem”, afirmou.
Entre os destaques do programa, as quedas de Lojas Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3) e Vamos (VAMO3) estiveram em foco.
Já do lado positivo das negociações, Usiminas (USIM5) e CVC (CVCB3) tiveram protagonismo. Além disso, Klabin (KLBN11), que anunciou ontem o pagamento de R$ 1,112 bilhão em dividendos intercalares, também foi destaque.
Outra empresa que divulgou dividendos e apresentou crescimento na bolsa no dia de hoje foi Embraer (EMBJ3).
Nesta terça-feira, a Petrobras (PETR4) também anunciou que planeja participar do leilão de reserva de capacidade de energia, diversificando os investimentos da companhia com foco em baterias.
Analisando o cenário internacional, o dólar iniciou o dia em alta a R$ 5,45. Nos Estados Unidos, a Nvidia (NVDA) retomou o envio de chips de Inteligência Artificial para a China.
“Se olharmos para o cenário geopolítico, com o Trump caminhando para a segunda parte do seu mandato, ele já está começando a pensar que grande parte das decisões políticas que ele quis implementar e não funcionaram precisam ser moldadas para atingir o objetivo que ele precisa e não afetar o mercado americano”, afirmou a especialista da Nomos.
Além disso, os investidores também aguardam os dados de emprego dos relatórios Jolts e ADP, que podem ajudar a calibrar as apostas sobre o caminho do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA). Hoje, as projeções apontam para mais um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica, hipótese que tem 89,4% de probabilidade segundo o CME FedWatch.