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Entrevista: 2017 é um salto no escuro, diz Julio Hegedus

02 jan 2017, 10:21 - atualizado em 05 nov 2017, 14:08

O ano de 2016 finalmente acabou e, agora, 2017 carrega o peso da recuperação da economia e saída da crise. Para o economista-chefe da consultoria Lopes Filho, Julio Hegedus, entramos no novo ano como um “salto no escuro”.

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“Achávamos que 207 seria de alívio, mas as coisas estão se arrastando. A crise política e as delações mantêm o cenário ainda turvo. Continuamos caminhando em uma linha tênue até 2018”, explica Hegedus em uma entrevista exclusiva para o Money Times. Confira:

O sr. escreveu recentemente que 2017 é um salto no escuro. Por quê?

Acho que é sim. Podemos descobrir que Temer não teve nenhum envolvimento nas delações da Odebrecht, por exemplo, mas temos muitas outras incertezas, como o Trump nos EUA. Achávamos que 207 seria de alívio, mas as coisas estão se arrastando. A crise política e as delações mantêm o cenário ainda turvo. Continuamos caminhando em uma linha tênue até 2018.

Numa hipótese heroica, forçando um pouco a mão, tudo que aconteceu antes do mandato de Temer não pode ser julgado e isso de uma certa forma pode blindá-lo para 2018.

O cenário de recessão deve ser considerado?

Vamos repetir um pouco o impasse político de 2016. A crise de paralisia ainda não está superada e a confiança ainda não voltou e continuamos sem a certeza de que o presidente irá terminar o mandato. Não dá para descartar uma insustentabilidade da governabilidade. Contudo, a hipótese heroica é que Temer vai até 2018 administrando crises, o que também atrapalha a economia. Esse é o cenário hoje.

Para o ano que em temos uma de carteira cautelosa e uma recuperação do PIB de 0,6%, mas que depende do desenrolar do início de 2017 e uma definição do panorama até fevereiro. O crescimento do emprego só volta a ser gerado no final do ano.

Quais são as alternativas para a Bolsa olhando para as coisas como estão hoje?

Cotamos que o pacote de concessões deslanche, o que seria bom para empresas de infraestrutura (CCR e Sabesp). Os bancos são sempre resilientes com a crise, como o Itaú principalmente. As empresas que também foram muito maltratadas nos últimos anos da crise como a Petrobras e Vale, mas isso desde que Pedro Parente (CEO da Petrobras) se mantenha no comando e o preço das commodities se mantenham ou subam.

Com o retorno do crescimento da renda podemos citar a Ambev e a BRF. Além disso, temos as empresas do setor farmacêutico, como a Raia Drogasil e algumas pinceladas específicas como a Weg e a M Dias Branco.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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