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Entrevista: “Falar de investimentos virou uma coisa pop”, diz diretor da Ativa

16 jul 2021, 16:26 - atualizado em 16 jul 2021, 17:02
B3SA3 - Bolsa de Valores
As corretoras tradicionais, antes focadas em grandes investidores institucionais, correram para capturar os CPFs que “invadiram” o mercado de renda variável

Há três anos, em 2018, se contavam na Bolsa de Valores do Brasil 813 mil investidores pessoa física. De lá para cá, a taxa básica de juros, a Selic, caiu e chegou a mínima de 2,5%, reformas estruturantes, como a da Previdência, foram aprovadas pelo Congresso, e tivemos uma pandemia avassaladora que deixou milhares de mortos e paralisou a economia por meses. Hoje, esse número está na casa dos 3,8 milhões, com perspectivas animadoras de alta.

Em meio a esse crescimento espantoso de 370%, as corretoras tradicionais, antes focadas em grandes investidores institucionais, correram para capturar os CPFs que “invadiram” o mercado de renda variável no Brasil. Esse é exatamente o caso da Ativa Investimentos.

A corretora, que tem 35 anos de mercado e uma longa experiência com grandes bancos, gestoras e fundações, viu a entrada de pessoas físicas ganhar ainda mais força durante a pandemia da Covid-19.

“Cada vez mais brasileiros têm acesso a investimentos e, na pandemia, o interesse por esse assunto cresceu muito. Estamos ampliando o nosso segmento pessoa física, de olho nesse movimento do mercado”, explica o superintendente comercial da Ativa, Daniel Pereira.

Entre março de 2020 e 2021, o faturamento da empresa aumentou 83%, puxado pela elevação das negociações de ativos. Além disso, houve um salto de 29% na negociação de ativos de renda fixa, incluindo debêntures, elevando em 32% o valor total do patrimônio sob custódia.

“Quebrou aquele tabu que só grandes investidores poderiam aplicar seu dinheiro”, aponta o diretor da corretora (Imagem: Divulgação)

Investir é pop

Segundo o diretor de relação com o mercado da Ativa, Sylvio Fleury, que conversou com o Money Times, há alguns fatores que explicam essa chegada da pessoa física à Bolsa – e a queda na taxa de juros não é o único motivo. Hoje o acesso aos mercados ficou muito mais simples do que antes, argumenta.

“Enquanto aqui 90% dos clientes estão na mão dos grandes bancos e 10% estão na mão das plataformas abertas no mercado americano é exatamente o contrário. Com as plataformas oferecendo fácil acesso ao cliente via site e aplicativos no celular mudou a dinâmica de como as pessoas investem”, aponta.

Para ele, a taxa de juros em um dígito veio para ficar, o que deixa a renda fixa, como Tesouro Direto, menos atrativa. Segundo o último Boletim Focus, o Brasil deve terminar o ano com uma Taxa Selic de 6,5%, bem abaixo dos 14% de 2016, por exemplo.

Além disso, na visão de Fleury, falar de investimentos hoje se tornou algo pop, muito por conta do avanço das tecnologias, como a popularidade do celular, e das redes sociais. 

“Quebrou aquele tabu que só grandes investidores poderiam aplicar seu dinheiro”, completa. 

E é justamente nessa área que a Ativa mira para continuar a sua expansão (a corretora espera terminar 2025 com 155 mil clientes, hoje em 56 mil), ocupando espaços como redes sociais, Youtube, Instagram e outras plataformas e ampliando o contato com os “influencers”.  

Pensando nisso, a empresa contratou Vinícius Fuzikawa, um dos criadores do NerdCast, para liderar a área de comunicação e marketing. O objetivo é fortalecer o marketing digital da corretora, intensificar a produção de conteúdos e trabalhar em parceria com influenciadores digitais.

“As duas áreas que mais crescem na empresa são a área de TI (tecnologia da informação) e a área comercial. Um quarto da empresa é voltado à TI. Isso dá uma pegada de empresa digital que a gente quer cada vez mais fomentar”, diz.

A Ativa encerrou o ano de 2020 com o dobro de colaboradores na área de tecnologia, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Atualmente, 1 em cada 4 colaboradores da empresa (25%) integra o time de tecnologia.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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