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Entrevista: Carrefour Market é aposta “chique”, mas com preço justo

27 nov 2018, 17:00 - atualizado em 27 nov 2018, 16:59
(Divulgação/Carrefour)

Lançado em dezembro de 2017 no Brasil, o segmento Market da companhia Carrefour já inaugurou, dentro do curto período de um ano, sete unidades, sendo quatro delas localizadas na capital paulista. Em entrevista exclusiva à equipe Money Times, o diretor do segmento Carrefour Market, Marco Alcolezi, revela a dinâmica da mais nova bandeira da empresa em território nacional, assim como as perspectivas que possui em relação ao potencial de crescimento no mercado. Confira abaixo:

Como surgiram os segmentos do Carrefour Market e do Carrefour Bairro?

O Carrefour Market, a bandeira do Carrefour de supermercados de proximidade, já estava presente em outros países da Europa em que a empresa atua. Vimos um nicho de mercados importante no Brasil, principalmente em bairros residenciais verticais, onde você não tem a possibilidade de espaço – e quando tem, apresenta um valor muito elevado para se colocar o Market. Para se ter o Market, são necessários espaços menores; não há necessidade de uma área de 2.000 a 3.000m². É possível ter uma área de 500 a 700m², dependendo do terreno do imóvel, para a gente implantar. Portanto, é uma bandeira que já existia lá fora e não era aproveitada no nosso país. Quando a gente olhava os grandes centros do Brasil, com bairros verticais, fazia sentido colocarmos este formato aqui. Por isso a introdução do Market.

E os pontos escolhidos para estabelecer as unidades? Seguiu algum padrão?

O padrão é que a gente tenha o número de famílias necessárias para podermos atender nessas lojas. Esse número de famílias, quando colocadas em uma região vertical, é mais rápido de ser atendido. Por que mais rápido? Bem, quando se trata de um mercado de proximidade, o cliente não vai pegar o carro e andar dez, 15, 20 minutos, em São Paulo ou em qualquer outra cidade do país, para ir em um mercado que não irá atendê-lo. O supermercado tem que atender a necessidade do cliente onde ele estiver – e não necessariamente apenas no bairro, mas até aquela microrregião, como Vila Olímpia e Jardim das Perdizes, em que praticamente só tem condomínio. Este é o tipo de área que escolhemos para colocar essas lojas: são bairros verticais, com uma proximidade que chamamos de “zona de atração pequena”, porém, com uma quantidade importante de famílias.

O Carrefour inaugurou sete unidades do segmento Market dentro de um período de quase um ano. Por que e como foram entregues tantas unidades em tão pouco tempo?

O Carrefour já tem uma equipe pronta. A equipe que atendia o segmento Express, por exemplo, que nos últimos anos conseguiu mais de cem lojas. Simplesmente maximizamos esta equipe para dar mais produtividade, até porque já eram pessoas experientes e tinham pontos comerciais na cidade de São Paulo mapeados pela expansão. Escolhemos alguns pontos que eram interessantes para o Carrefour e, consequentemente, para a pessoa que nos pergunta: Atende um formato? Atende. Tem alcance correto? Tem. Tem quantidade para colocar mais alcance? Colocamos. Por isso que conseguimos colocar velocidade. O Carrefour tem uma equipe de expansão pronta e bastante atuante.

Quantos pontos vocês têm mapeados, agora com a possibilidade de verem entrar o Market?

O Market é um formato em crescimento no Brasil. Faz parte do plano de transformação do Grupo Carrefour, de 2018 a 2022, como um dos pilares de expansão. O número de lojas não temos, dependerá muito de oportunidades, de negócios. Não sabemos se serão dez, 20, 30 lojas; o que é certo é que vamos dar continuidade à expansão. Temos tanto uma parte interna que faz a revisão dos pontos como também pessoas e grupos que vêm nos oferecer terrenos, imóveis e afins.

O Express continua em expansão ou a ideia atual é focar no Market?

O Express continua em expansão também. Já inaugurou várias lojas neste ano e tem planos de expandir mais ainda nos próximos anos. Eu diria que a quantidade no Brasil não é explorado em sua totalidade. É um nicho de mercado bastante importante e o Carrefour ainda irá aproveitar muito disso.

Como vocês lidam com o processo de canibalização entre os segmentos tradicionais do Carrefour?

Se a gente for falar da própria canibalização do mercado interno – Hiper, Bairro, Market e Express -, trabalhamos para escolher pontos que obviamente tenham o mínimo ou nada de canibalismo, até porque já aproveitamos aquele mercado existente. Agora, se existir, dentro de um bairro, um potencial de R$ 20 milhões de vendas de produtos alimentares, em que você tem uma loja Express, que aproveita uma parte dela, mas não o todo, e que tenha oportunidade de colocar o Market como uma solução mais completa para o cliente, então será colocado. A ideia é sempre não sobrepor uma a outra, mas de existir a complementaridade. A ideia é que haja um “porta a porta” e um “lado a lado”.

Vocês olham muito para o potencial de consumo mais do que até para a área atendida, certo?

Exatamente. É o que faz mais sentido: ter um potencial de consumo, de um número de famílias, de uma região. Essa região está compreendida com nossas lojas e do concorrente, e então é determinado se ali cabe uma loja, se existe uma carga de imunização, e quanto é essa carga, quais são e quais não são os potenciais dela… É fundamental que se olhe o potencial de mercado e de consumo: se o mercado continua insaturado, se existe um potencial de consumo de, por exemplo, dez, e por lógica da concorrência há uma de 7, então ainda cabe mais uma loja aí. É assim que se faz.

Por que alguém escolheria o Carrefour Market em uma região onde a concorrência já está estabelecida?

Porque ele é um formato que, de proximidade, atende todas as unidades e necessidades do cliente no quesito alimentar. É um formato que tem produtos de grande consumo: especiarias, bebidas produtos de limpeza, de higiene pessoal… O Market tem todas as categorias dentro dela. E uma parte muito recente, que é os perecíveis, também tem tudo: queijos, embutidos, legumes, pratos prontos, lanches, padaria… Como opção dentro do mercado, ele se apresenta como uma solução completa. Eu posso dizer que o Market não tem todos os sortimentos. Por exemplo: não temos todas as embalagens de Omo, mas temos Omo. Portanto, o segmento é literalmente uma solução completa, dá muita praticidade ao cliente, e o mais importante: não cobramos a mais por isso. O Carrefour Market possui um preço justo para esses produtos. É um dos maiores diferenciais da companhia.

E há a própria questão da complementação dos segmentos, certo?

Sim. Se o cliente quer comprar um produto alimentar e está do lado do Market – acorda um dia e diz que quer um filé de peixe, um pão, um vinho, uma salada, um desodorante, um shampoo ou um bife cortado na hora -, a loja terá. Nossos diversos formatos são para atender os nossos clientes em diversos momentos. Se for uma compra emergencial, a pessoa está andando e lá na frente existe um Express. E do lado dele, na vizinhança, tem o Market, onde haverá uma solução rápida para ela. Caso o cliente deseje realizar uma compra repositora diária ou semanal, ele terá como opção o segmento Bairro.

Existe algum ponto que queira destacar desse início de crescimento do Market?

É um formato que já existe em outros países do mundo e vem proporcionar uma complementariedade para o cliente na experiência de compra. Apesar de abrigar uma área de mais ou menos 450 a 500 metros, apresenta uma solução completa quanto a unidade e necessidade. É um formato que permite ao cliente encontrar todos os alimentos de todas as categorias que ele deseja, e que não irá cobrar a mais por isso. Tem um preço justo desde os produtos de cesta básica a produtos de urgência. Apesar da proximidade, o Market também possui alguns serviços, como entrega a domicílio, Wi-Fi dentro das lojas, atendimento aos clientes, segurança… Então, ele é realmente uma loja que resolve a sua vida do lado de sua casa. É isso o que eu poderia falar do Market.

(Por Diana Cheng e Gustavo Kahil)

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