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Escolha da BlackRock para consultoria de ESG da União Europeia é questionada

25 nov 2020, 15:16 - atualizado em 25 nov 2020, 15:16
BlackRock
A decisão é uma pequena vitória para ambientalistas, que há muito tempo criticam a BlackRock devido às suas grandes posições nas maiores empresas de combustíveis fósseis do mundo (Imagem: Facebook/BlackRock)

Na visão do órgão fiscalizador da UE, a Comissão Europeia não considerou totalmente conflitos de interesse quando escolheu a BlackRock para aconselhar o bloco sobre novas regras de financiamento sustentável para bancos.

O braço executivo da União Europeia “não forneceu garantias suficientes para excluir qualquer dúvida legítima” de potenciais conflitos de interesse quando contratou a maior empresa de gestão de ativos do mundo, de acordo com a decisão anunciada na quarta-feira pela ombudsman da UE, Emily O’Reilly.

A decisão não tem poder legal para obrigar a Comissão a cancelar o mandato, mas pode pressionar o órgão a fazê-lo.

A decisão é uma pequena vitória para ambientalistas, que há muito tempo criticam a BlackRock devido às suas grandes posições nas maiores empresas de combustíveis fósseis do mundo.

A gestora está entre os maiores investidores da Exxon Mobil, Royal Dutch Shell e BP e é cobrada por sua reticência em pressionar essas empresas a reduzirem seu impacto climático. Os críticos têm pressionado o CEO da gestora, Larry Fink, e já realizaram protestos em frente aos escritórios da empresa.

Em março, a Comissão concedeu à unidade de Assessoria aos Mercados Financeiros (FMA) da BlackRock um mandato para ajudar a incorporar fatores ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês, nas regras bancárias europeias.

A decisão gerou uma queixa formal de vários políticos do Parlamento Europeu e da coalizão Change Finance, segundo os quais os investimentos em combustíveis fósseis e bancários da empresa apresentavam conflitos de interesse.

A unidade FMA da BlackRock “adotou uma abordagem abrangente e inclusiva, incluindo academia, sociedade civil, bancos, supervisores e profissionais de mercado, e espera concluir seu trabalho e entregar seu relatório final à Comissão”, disse Ryan O’Keeffe, porta-voz da empresa, antes que a decisão da ombudsman fosse publicada.

Um porta-voz da Comissão disse que aprova a conclusão da ombudsman de que não houve “má gestão” e que responderá às sugestões na íntegra até março. A Comissão planeja publicar o relatório provisório da BlackRock em breve.

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