Tecnologia

‘Escuta passiva’ não afeta demanda por alto-falante inteligente

05 set 2019, 9:31 - atualizado em 05 set 2019, 9:31
Possibilidade de espionagem de alto-falantes inteligentes de gigantes de tecnologia dos EUA preocupam consumidores (Imagem: Pixabay)

Consumidores se preocupam com a possibilidade de que os alto-falantes da Amazon (AMZO34) e do Google os estejam espionando em casa, mas isso não impede que continuem comprando os aparelhos.

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Apesar da crescente preocupação sobre “escuta passiva” e riscos à privacidade, mais pessoas estão comprando alto-falantes inteligentes como o Echo, da Amazon.com, e o Google Home, segundo relatório do instituto de pesquisa Capgemini divulgado na quinta-feira.

Quase metade dos 12 mil participantes da pesquisa que vivem nos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha possui um dispositivo com comando de voz, contra 25% que afirmaram possuir um alto-falante inteligente em novembro de 2017.

No entanto, 52% estavam preocupados com o fato de que seus assistentes de voz estejam ouvindo suas conversas privadas.

Reguladores acompanham mais de perto o tema da privacidade associada aos alto-falantes inteligentes e dados de voz. A autoridade de proteção de dados de Hamburgo está investigando o Facebook pelo uso da transcrição de áudio de pessoas que optam por serviços de voz para texto.

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O Google, por sua vez, concordou em suspender a transcrição de gravações de voz na União Europeia diante de uma investigação na Alemanha.

A Bloomberg News informou no início do ano que a Amazon.com e a Apple tinham equipes analisando gravações. Reportagem do The Guardian revelou em julho que algumas das pessoas que analisavam os pedidos da Siri ouviram detalhes pessoais e possivelmente atividades criminosas.

A Apple (AAPL34), Amazon e Facebook suspenderam ou alteraram políticas relacionadas à análise humana dos comandos dos usuários.

O Facebook também transcreve o áudio dos usuários que escolheram a opção no aplicativo Messenger para transcrever suas conversas por voz. Embora os usuários pudessem optar pelo serviço, não houve menção ao envolvimento humano em suas permissões ou páginas de informações.

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A revisão humana tinha como objetivo verificar se a inteligência artificial do Facebook interpretava corretamente as mensagens, segundo a empresa.

Os defensores de privacidade temem que detalhes pouco claros dos termos de serviço ou plataformas que transcrevem conversas sem que o usuário saiba possam representar uma violação de seus direitos.

“Essa não é a nossa ideia de consentimento”, escreveu a organização sem fins lucrativos britânica Privacy International, em carta aberta a Jeff Bezos. “Acreditamos que as configurações padrão devem existir para proteger a privacidade dos usuários. Milhões de clientes desfrutam do seu produto e merecem algo melhor de você.”

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bloomberg@moneytimes.com.br