Taxa Selic

Espaço para reduzir a Selic: Galípolo explica como juros podem cair e continuar restritivos

22 ago 2023, 16:00 - atualizado em 22 ago 2023, 16:00
Gabriel Galípolo
Galípolo defende que BC pode cortar taxa Selic e manter patamar restritivo (Imagem: Youtube)

O Brasil tem espaço para cortar a taxa Selic e ainda assim manter o patamar restrito, avalia o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“O Brasil hoje tem espaço para começar esse ciclo de corte, mantendo a política monetária numa zona contracionista, e observando como vai se dar essa reancoragem total (das expectativas de inflação) e reafirmado a todo o momento no Copom o empenho em perseguir a meta de inflação”, disse Galípolo em reunião do Conselho Superior de Economia (Cosec) nesta terça-feira (22).

No começo deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) deu início ao ciclo de cortes da Selic. A taxa básica de juros passou de 13,75% para 13,25%, ou seja, uma redução de 0,50 ponto percentual. A decisão não foi unânime, tendo dividido a diretoria em 5 a 4.

De acordo com Galípolo, a divergência entre os membros em sua última reunião foi apenas sobre como iniciar o ciclo de corte de juros.

“A divergência do Copom é muito menor do que pode parecer ou que está sendo, muitas vezes, colocada, porque era uma divergência sobre como é que você iniciava o ciclo de cortes, com uma unanimidade sobre qual deveria ser a continuidade”, afirmou o diretor nesta terça-feira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Galípolo afirmou ainda que a condução das políticas públicas brasileiras e da política monetária pelo BC deve caminhar em direção a permitir maior “perenidade” do afrouxamento monetário e crescimento econômico de longo prazo.

Taxa Selic: O que esperar?

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou que o corte de 0,50 na Selic realizado na última reunião do Copom foi apropriado. O corte veio após quase um ano da taxa de juros estacionar no patamar de 13,75%.

Para a próxima reunião do comitê, o mercado especula que o corte possa vir a ser maior para que ganhe ritmo na queda da taxa de juros até o final de 2023, mesmo com ata da reunião não deixando esse ponto claro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em entrevista concedida ao Poder360 na última semana, Campos Neto alegou ter uma barreira para que mude o ritmo, tanto para cima quanto para baixo.

“A gente quis dizer [na ata] que a barra é alta tanto para cima quanto para baixo e explicamos o que a gente está olhando. Estamos olhando a expectativa de inflação, dinâmica de inflação corrente, estamos olhando o hiato, que é a capacidade do país crescer sem gerar inflação. Então, o que estamos dizendo é que a barra é alta para mudar essa dinâmica”, disse tentando conter as expectativas do mercado perante um novo corte.

A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 19 e 20 de setembro.

* Com Reuters e Juliana Caveiro

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.