Coluna Robert Lawrence Kuhn

Especial China em 2023: O desafio de aumentar o crescimento econômico em condições complexas

03 jan 2023, 12:06 - atualizado em 04 jan 2023, 10:53
China mapa
PIB da China aproxima-se de 20% do PIB mundial e é por isso que o mundo observa a economia chinesa, com razão (Imagem: Crypto Times)

Neste início de 2023, o colunista do Money Times Robert Lawrence Kuhn dedicou uma série de cinco artigos com ênfase na economia da China. Neste primeiro, o especialista fala sobre a estratégia chinesa para aumentar o crescimento econômico em condições complexas. 

Confira o primeiro da série de cinco artigos sobre a economia da China

A China está agora intensamente concentrada na questão do crescimento. Enquanto o desenvolvimento econômico sempre foi o objetivo número um das lideranças chinesas, outros temas sociais, como proteção ambiental e prosperidade comum, tornaram-se mais significativos. 

Não é que estes tenham se tornado menos importantes agora. Nem que o presidente Xi Jinping está menos comprometido com sua predominância política de longo prazo.

É somente que, dadas as condições gerais da China – como o impacto econômico das interrupções por causa da covid-19 e os bloqueios, a queda no mercado imobiliário e a incerteza em torno da economia global -, entregar crescimento econômico em 2023 é o objetivo primário esmagador e inequívoco.

Isso não é segredo de estado. A prioridade do crescimento econômico foi enfatizada de forma abundante e clara na Conferência Central de Trabalho Econômico. Trata-se da reunião anual de alto nível realizada em meados de dezembro para considerar as perspectivas econômicas e as políticas a serem definidas para 2023. 

Como esperado, o encontro seguiu as diretrizes da mais recente reunião do governo central (Politburo) pedindo mais políticas em favor do crescimento e pró-negócios, de modo a colocar a economia da China de volta aos trilhos para seguir em frente.

Principais medidas na economia

As diretrizes para estimular a expansão do PIB chinês podem ser observadas por meio de múltiplos fatores. A começar pela estabilização da economia. Em seguida, está a ênfase na expansão da demanda doméstica e na abertura contínua e liberalização de alta qualidade no comércio e nos investimentos

Tal objetivo requer uma coordenação mais forte entre qualidade e crescimento quantitativo, entre a reforma estrutural do lado da oferta e a expansão da demanda, além de um esforço entre políticas econômicas e outras medidas.

Entre as principais diretrizes específicas, destacam-se: (i) manter a política monetária prudente e a política fiscal proativa; (ii) promover negócios privados, especialmente entre empresas de tecnologia, pequenas e médias empresas e entre capital estrangeiro e empresas nacionais; (iii) apoiar o mercado imobiliário com políticas favoráveis à propriedade; e (iv) restabelecer a confiança do consumidor e o aumento do consumo.

PIB da China em 2023

Dentre essas medidas, obviamente, há incerteza e risco. E é bom que a liderança mantenha uma postura sincera e cautelosa. 

Afinal, a economia chinesa enfrenta múltiplas pressões: enfraquecimento das expectativas; contração da demanda; choque de oferta; surtos de covid-19 e ambiente global turbulento.

O consenso dos economistas globais é que, para 2023, a China vai mirar um crescimento econômico superior a 5% – talvez até 5,5% – à medida que o país retorne à taxa de crescimento potencial sustentável no médio prazo.

Porém, os mesmos economistas globais preveem uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) chinês mais baixa neste ano, inferior a 5%. Ainda assim, seria um aumento saudável em relação a 2022, quando a covid-19 reduziu a demanda interna.

Vale lembrar que o PIB da China agora se aproxima de 20% do PIB mundial. É por isso que, com razão, o mundo observa a economia chinesa.

*Robert Lawrence Kuhn é consultor de longo prazo para líderes e corporações multinacionais da China. Ele recebeu a Medalha da Amizade da Reforma da China do presidente Xi Jinping.

Renomado especialista em China, estrategista corporativo internacional e banqueiro de investimentos que assessora corporações multinacionais sobre estratégias e negócios na China. Foi premiado com a “Medalha da Amizade da Reforma da China” do Presidente Xi Jinping, sendo um dos apenas dez estrangeiros homenageados por suas contribuições ao longo de 40 anos da Chin. Autor do livro “Como os Líderes Chineses Pensam”, publicado no Brasil pela Autonomia Literária.
Renomado especialista em China, estrategista corporativo internacional e banqueiro de investimentos que assessora corporações multinacionais sobre estratégias e negócios na China. Foi premiado com a “Medalha da Amizade da Reforma da China” do Presidente Xi Jinping, sendo um dos apenas dez estrangeiros homenageados por suas contribuições ao longo de 40 anos da Chin. Autor do livro “Como os Líderes Chineses Pensam”, publicado no Brasil pela Autonomia Literária.
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