Especialista avalia desempenho positivo da bolsa e projeta dezembro; Petrobras (PETR4) acende alerta
O mês de novembro vai chegando ao fim com o mercado brasileiro em alta, após o Ibovespa (IBOV) bater sucessivamente suas máximas históricas.
No Giro do Mercado desta sexta-feira (28), a jornalista Juliana Caveiro recebeu Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, para comentar sobre o desempenho da bolsa brasileira, as expectativas para dezembro e o momento da Petrobras (PETR4).
Segundo Passos, o principal gatilho externo do mês de novembro foi o fim do shutdown nos Estados Unidos, que permitiu a retomada da divulgação dos indicadores econômicos.
Segundo ele, os dados mostraram uma perda de tração da economia norte-americana, mas ainda não o suficiente para apontar algum tipo de recessão.
Com a inflação sob controle, o mercado de trabalho mais fraco, o cenário abriu espaço para apostas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), estimulando o fluxo para países emergentes.
“Esse foi o principal motivo para voltarmos a ter aqui algum fluxo mais intenso de capital para emergentes, que consequentemente beneficia o Brasil”, disse. Para ele, o dólar mais fraco também contribuiu para o bom desempenho dos ativos locais.
Cenário doméstico e Petrobras
Além do fator externo, o sócio da Ajax Asset destacou as sucessivas melhoras nas expectativas de inflação no Brasil também trouxeram otimismo para um possível corte de juros no país já no início de 2026, apesar do tom duro do Banco Central.
De acordo com Passos, a enxurrada de anúncios de dividendos também se destaca como outro vetor de sustentação para a Bolsa. O movimento estaria ligado à reforma do Imposto de Renda aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Lula.
“O que temos visto é uma antecipação dessas empresas para anunciar dividendos, tentando diminuir os impactos em relação à cobrança de impostos em cima de dividendos”, afirmou.
Por outro lado, a Petrobras (PETR4) acendeu o alerta de investidores em relação ao pagamento de dividendos após a apresentação do plano estratégico 2026 – 2030, o que impactou negativamente as ações hoje.
O destaque negativo fica pela projeção baixista para o preço do petróleo. “Se eu estou trabalhando com o Brent mais baixo e um Capex ainda alto, provavelmente eu posso ter algum impacto mais negativo em termos de dividendos”, disse.
Para dezembro, o especialista projeta um ambiente mais intenso do que o típico fim de ano. Segundo ele, a volatilidade tende a ser maior por conta dos dados dos EUA e o tom do BC em relação ao início do afrouxamento monetário no Brasil.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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