Política

Esquerda ressurgente na América Latina e no Caribe condena política dos EUA sobre Cuba

02 ago 2021, 19:59 - atualizado em 02 ago 2021, 19:59
Eua
Mesmo aliados dos EUA, como o Canadá, que condenaram a repressão do governo cubano e se manifestaram pelo direito à liberdade de expressão, não assinaram o documento (Imagem: REUTERS/Alexandre Meneghini)

O governo dos Estados Unidos dobrou a aposta na política de linha dura e aplicação de sanções contra Cuba após os protestos históricos na ilha de governo comunista no mês passado, e anunciou que irá tentar apoiar os manifestantes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas muitos países na América Latina e no Caribe, uma região marcada pelos golpes de Estado apoiados pelos EUA durante a Guerra Fria e que vem se voltando à esquerda nos últimos anos, estão pedindo o contrário.

O presidente norte-americano, Joe Biden, chamou Cuba de “Estado fracassado” após os protestos que aconteceram nos dias 11 e 12 de julho por causa de uma crise econômica e de restrições de liberdades.

Seu governo impôs novas sanções sobre os que reprimiram os manifestantes e prometeu à importante comunidade cubano-americana que mais medidas seriam tomadas, entre elas iniciativas para ajudar os cubanos a driblarem a “censura”.

Embora as novas sanções sejam amplamente simbólicas, elas sugerem que a volta a um período de entendimento, o que aconteceu brevemente no governo do ex-presidente Barack Obama, não é iminente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os governos do Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala e Honduras, que são de direita, se juntaram aos Estados Unidos na semana passada para emitir um comunicado condenando as prisões em massa em Cuba pedindo a retomada completa do acesso à internet, que foi interrompido.

Mas apenas 20 ministros de Relações Exteriores do mundo inteiro participaram da assinatura da carta, o que sinaliza o quão relativamente isolado o governo dos Estados Unidos está em relação à sua política externa para Cuba, afirmaram analistas.

Mesmo aliados dos EUA, como o Canadá, que condenaram a repressão do governo cubano e se manifestaram pelo direito à liberdade de expressão, não assinaram o documento.

Enquanto isso, os aliados de Cuba à esquerda na América Latina e outros países caribenhos concentraram suas reações na contribuição do embargo norte-americano à atual crise humanitária do país, exigindo que Washington suspenda as sanções. México, Nicarágua, Venezuela e Bolívia enviaram ajuda aos cubanos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Alguns países na região também alertaram sobre as interferências dos EUA nos assuntos internos de Cuba.

As divisões regionais vieram à luz na semana passada, quando a Organização dos Estados Americanos (OEA) teve que adiar uma reunião sobre a situação de direitos humanos em Cuba por conta das posições contrárias de mais de uma dezena de Estados-membros.

“Qualquer discussão pode satisfazer apenas os gaviões políticos que estão de olho nas eleições parlamentares americanas de 2022, nas quais uma vitória no sul da Flórida com o apoio de exilados cubanos seria um prêmio”, escreveu o embaixador de Antígua e Barbuda à OEA, Ronald Sanders, em uma coluna publicada na plataforma digital Caribbean News Global.

“O dever da OEA deveria ser a promoção de relações pacíficas e colaborativas no hemisfério, e não a de alimentar a divisão e o conflito”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele havia enviado uma carta em nome dos 13 países da Comunidade do Caribe, ou Caricom, –que, embora pequena, representa um bloco significativo da OEA– pedindo que a entidade reavalie a reunião “improdutiva”, enquanto outros países emitiram notas semelhantes.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse no mês passado que a OEA deveria ser substituída “por uma entidade verdadeiramente autônoma, e que não seja lacaia de ninguém” um sentimento ecoado pelo presidente argentino, Alberto Fernández.

Obrador também disse que Biden precisa tomar uma decisão sobre o embargo contra Cuba, já que “quase todos os países do mundo” são contrários a ele, enquanto Fernández disse que nenhum outro país deve decidir o que os cubanos fazem.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar