Cidades

Essa cidade foi demolida por uma empresa privada para abrir espaço para um reservatório — e você não vai acreditar em como ela está hoje

01 dez 2025, 11:07 - atualizado em 01 dez 2025, 10:34
Cidades São João Marcos RJ
São João Marcos RJ. Imagem: Site oficial

São João Marcos, um antigo município do interior do Rio de Janeiro, é um caso emblemático. Fundada ainda no período colonial e enriquecida pelo ciclo do café, a cidade viveu seu apogeu no século XIX. Mas seu destino seria decidido não por crises econômicas ou desastres naturais, e sim por um projeto de infraestrutura.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
  • SAIBA MAIS: Quer investir com segurança e rentabilidade? Com o simulador do Money Times, você recebe sugestões personalizadas com base no seu perfil; é gratuito

No início do século XX, a Light — então responsável pela eletrificação do Rio e pela operação de sistemas de água e energia — decidiu ampliar o reservatório ligado ao Complexo Hidrelétrico de Lajes. A obra exigia a elevação do nível da represa. E isso significava, na prática, desapropriar e remover toda a população de São João Marcos.

Desapropriação, mudança e a demolição completa

Nas décadas de 1930 e 1940, moradores foram indenizados e orientados a deixar suas casas. Muitos se mudaram para cidades próximas, como Rio Claro (RJ). Outros tentaram resistir, mas a decisão já era oficial: São João Marcos deixaria de existir como sede municipal.

Cidades São João Marcos RJ
São João Marcos RJ. Imagem: Reprodução site oficial

Com a cidade desocupada, veio a fase mais dolorosa do processo: a demolição dos prédios históricos. Igreja matriz, casas coloniais, o teatro, a praça central, o casario do período do café — tudo foi derrubado para evitar riscos estruturais quando o reservatório fosse elevado.

A destruição também atendia ao padrão técnico da época: cidades dentro de áreas de segurança de barragens tinham de ser removidas integralmente.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O reservatório não submergiu tudo, mas já era tarde

O reservatório avançou, mas não o suficiente para encobrir todo o vale. Onde antes havia ruas e calçadas, a vegetação tomou conta. No entanto, parte das ruínas ficaram parcialmente expostas por décadas, visitadas apenas por antigos moradores e curiosos.

Nenhum retorno foi possível: a cidade, enquanto estrutura urbana, já não existia.

Décadas depois, São João Marcos ressurgiu como memória

No início dos anos 2000, pesquisadores, arqueólogos e descendentes de moradores iniciaram um movimento para recuperar o que restava da antiga cidade. Em 2011, foi inaugurado o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, mantido pela Light em parceria com o governo do Rio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O parque abriga:

  • ruínas preservadas de antigas construções;
  • escadarias coloniais;
  • parte do traçado urbano original;
  • peças arqueológicas encontradas em escavações;
  • centro de memória com fotos, documentos e depoimentos.

O Parque é gratuito e fica aberto de quarta a domingo, das 9h às 16h.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista com especialização em Gestão de Mídias Digitais. Atua como repórter nos portais de notícias Money Times e Seu Dinheiro.
Linkedin
Jornalista com especialização em Gestão de Mídias Digitais. Atua como repórter nos portais de notícias Money Times e Seu Dinheiro.
Linkedin

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar