Economia

Esses dois fatores podem ajudar a inflação fechar 2023 dentro da meta; confira

14 jul 2023, 14:19 - atualizado em 14 jul 2023, 14:19
Juros, inflação
A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3,25%, com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

A economia brasileira está passando por um momento de atenção. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a registrar deflação após 10 meses de alta e o Banco Central já sinaliza que pode reduzir a Selic na próxima reunião, marcada para agosto.

O movimento de queda da inflação foi mais rápido do que a expectativa do mercado, trazendo esperanças de que o ano de 2023 pode fechar já com a inflação dentro do teto da meta. A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 3,25%, com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo – ou seja, entre 1,75% e 4,75%.

O IPCA acumulado nos últimos 12 meses até junho já está abaixo do teto da meta, com 3,16%. Além disso, segundo o Relatório Focus, os economistas já reduziram pela oitava semana seguinte as projeções de como fica a inflação no final do ano. A última pesquisa aponta para 4,95%.

“Se considerarmos os recentes resultados de inflação apresentados e a expectativa do mercado é possível dizer que esta possibilidade passa a estar no radar, uma vez que elas estão cada vez mais próximas, 4,95% e 4,75%, respectivamente”, aponta Thiago Scorza, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.

Veja os fatores que podem ajudar na inflação

Serviços

O mercado está de olho na inflação de serviços, que é o grupo que mais está demorando para desacelerar. Em junho, nos cálculos da Nova Futura Investimentos, o núcleo dos serviços, teve uma alta mensal anualizada de 8,5%, com a variação média de 3 meses anualizada, atingindo 7%, números bastante negativos.

“Como estamos vendo atividades mais resilientes no mundo inteiro, a percepção é de que não tenhamos espaço para quedas significativas em commodities, que devem ficar oscilando numa banda mais estreita. Por isso, dentro dos grupos de inflação, aquele que precisa desacelerar é Serviços”, afirma André Meirelles, diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart.

El Niño

Andréa Angelo, economista da Warren Rena, destaca que o grupo daalimentação pode cair mais, caso ganhe uma ajuda da natura.

Caso o El Niño se confirme, o fenômeno meteorológico deve resultar em uma maior concentração de chuvas no Sul do Brasil, com possibilidade para precipitações irregulares no Sudeste e Centro-Oeste, além de escassez no Nordeste. O resultado são preços de alimentos mais caros.

“Se o El Niño não for muito forte, isso pode, sim, contribuir com que os alimentos arrefeça ainda mais do que a gente já tem para encerrar o ano em 2%. Se o El Niño não prejudicar, a gente pode ir para a alimentação próxima de 1% apenas de alta nesse ano, o que pode levar o IPCA para abaixo de 4,70% em 2023”, afirma.

Sistema de metas

Em sua última reunião, o CMN manteve a meta de inflação em 3%, com limite de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, pelos próximos três anos.

Além disso, o grupo confirmou os planos de substituição do ano-calendário por uma meta contínua. A princípio, o novo modelo começa a valer a partir de 2025.

Os países que têm metas, consideram a inflação acumulada em 12 meses de maneira contínua (se o mês é abril, então o Banco Central vai olhar os dados acumulados até abril do ano anterior). No entanto, aqui no Brasil, a meta de inflação se refere ao IPCA acumulado de janeiro a dezembro, o chamado ano-calendário.

Com a mudança, a política de verificação de cumprimento da meta será redefinido para o padrão internacional, deixando para o Banco Central definir o horizonte de convergência.

No entanto, ainda não está claro de quanto tempo será essa meta; o ministro Fernando Haddad chegou a falar em 24 meses. Além disso, o governo também deve publicar um decreto presidencial com os detalhes de como funcionará a prestação de contas sobre o cumprimento da meta.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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