A melhor construtora da bolsa, segundo Safra e Itaú BBA; veja potencial de alta
O Itaú BBA segue otimista com construtoras voltadas à média e alta renda, destacando a resiliência do setor mesmo em anos de altas taxas de juros.
Entre os fatores que ajudaram o segmento, o banco cita a escassez de imóveis de alto padrão pós-pandemia, a retomada da demanda da classe média após um período de inflação nos custos de construção e lançamentos contidos, além da procura resiliente por unidades compactas.
Em relatório, a casa aponta que boa execução, diferenciação de produtos e diversificação serão os principais motores do desempenho futuro dessas incorporadoras.
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Cyrela: a preferida
Entre as construtoras do setor, a Cyrela (CYRE3) segue como a principal escolha do BBA, com preço-alvo de R$ 39 para as ações, o que representa potencial valorização de 30% frente aos atuais R$ 29,86.
De acordo com a casa, a incorporadora é a prova de que “grandes negócios podem prosperar em setores cíclicos”.
O banco destaca que a empresa combina design de produto superior aos pares e equipe interna produtiva, aumentando lançamentos e vendas.
“Por meio de uma estratégia bem executada, equilibrando a exposição aos segmentos de alta e baixa renda, a empresa aumentou os lançamentos e as vendas em um ritmo impressionante”, aponta o Itaú.
A casa avalia que a companhia possui um longo e comprovado histórico no setor imobiliário, com crescimento consistente em lançamentos e vendas nos últimos cinco anos, mantendo margens consideradas robustas.
Foco em São Paulo
O relatório também aponta que o foco em moradias de alto padrão em São Paulo permitiu que, nos últimos 12 meses, a Cyrela lançasse R$ 12,6 bilhões nesse segmento, equivalente a 28% do mercado da cidade.
“O principal negócio da empresa é o desenvolvimento de moradias de alto padrão, principalmente na cidade de São Paulo. Ao contrário de seus concorrentes, a CYRE expandiu esse setor nos últimos anos”, compara a instituição.
As ações estão baratas?
Ainda segundo o BBA, embora o cenário macroeconômico seja desafiador, a diversificação do portfólio da Cyrela oferece estabilidade.
A casa avalia que as ações são negociadas a 4,6 vezes o múltiplo P/L projetado para 2026 – níveis considerados atrativos.
Safra reforça avaliação positiva
Já o Safra segue linha semelhante ao Itaú, mantendo a Cyrela como sua principal escolha para incorporadoras de média e alta renda.
Apesar do cenário macro pressionar resultados futuros, o banco considera que o esperado afrouxamento da taxa de juros justifica uma postura mais “risk-on”, dado que ações do segmento historicamente reagem mais ao sentimento macro do que aos fundamentos setoriais.
De acordo com a instituição, construtoras que combinam baixos P/Ls, estoque saudável e maior exposição ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV) devem ser beneficiadas no próximo ciclo.
No caso da Cyrela, o Safra elogia a execução premium e o crescente foco ao MCMV, que sustentam ROEs estruturalmente mais altos (estimados em 21% em média para 2026 e 2027).
“Projetamos um atrativo P/L de cinco vezes para 2026, ajustado pela nossa estimativa adicional de dividend yield de 8% ao final de 2025, o que oferece uma margem confortável contra uma desaceleração mais acentuada nas vendas”, diz o banco.