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Estudo do BTG mostra que a máxima ‘mais risco, mais retorno’ nem sempre funciona – pelo menos para os FIIs

29 maio 2025, 15:51 - atualizado em 29 maio 2025, 15:52
Volatilidade FIIs (Imagem CanvaGetty Images)
Estudo do BTG mostra que o mantra 'mais risco, mais retorno' nem sempre funciona (Imagem: Canva/Getty Images)

Uma análise feita pelo BTG Pactual, em parceria com a Empiricus Research, revelou que, nos últimos cinco anos, os FIIs menos voláteis apresentaram os maiores retornos – contrariando a velha máxima de que mais risco geraria mais retorno.

O levantamento foi realizado com base em três grupos: fundos imobiliários em geral, de tijolo e de papel. Para cada um deles, foram montadas duas carteiras hipotéticas: uma com os 10 FIIs de menor volatilidade e outra com os 10 mais voláteis.

A seleção considerou apenas os ativos que fazem parte do IFIX e que possuem volume médio de negociação acima de R$ 500 mil por dia — ou seja, com maior liquidez.

Ao final do estudo, o resultado foi claro: as carteiras compostas por fundos menos voláteis — com menor desvio-padrão — se destacaram em todos os grupos e apresentaram os maiores retornos nos últimos cinco anos.

Resultados obtidos – (Imagem: divulgação/BTG)

FIIs de tijolo x FIIs de papel 

No caso do segmento de tijolo, os FIIs com baixa volatilidade se sobressaíram, enquanto os mais voláteis, especialmente aqueles expostos a lajes corporativas e hotéis, tiveram desempenho inferior.

“Esses setores foram fortemente afetados pela pandemia e pelo ambiente de juros elevados”, explicou o BTG.

Já entre os fundos imobiliários de papel, o bom resultado foi impulsionado pelo ciclo de alta da taxa Selic e da inflação, que beneficiou os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) atrelados ao CDI e ao IPCA.

 

Além do CDI

A análise também mostrou que, em todas as janelas mensais dos últimos cinco anos — com exceção de dezembro de 2024, quando ruídos sobre tributação atingiram o mercado de fundos —, a carteira geral de FIIs com menor volatilidade superou o CDI acumulado – e o IFIX também.

(Imagem: divulgação/BTG)

Na visão dos analistas Matheus Oliveira, Daniel Marinelli e Caio Nabuco, que assinam o relatório, a volatilidade nos ativos vai além da simples oscilação de preços. Ela pode refletir, de forma indireta, a qualidade dos ativos, a estabilidade dos contratos, a solidez dos segmentos e a capacidade da gestão.

“Os dados sugerem que, mesmo em cenários favoráveis, o investidor que buscou carteiras de menor volatilidade capturou não só retornos mais estáveis, como também enfrentou menor risco de perda de capital”, afirmam.

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Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.
igor.grecco@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.