Internacional

Etiópia utiliza drones para garantir segurança alimentar

15 out 2019, 11:30 - atualizado em 15 out 2019, 11:30
TECNOLOGIA NO CAMPO DRONE
Segundo país mais populoso da África ainda enfrenta desafios para obter alimentos (Imagem: Pixabay)

Um ex-analista do JPMorgan está usando drones e satélites para aumentar as exportações agrícolas da Etiópia e melhorar a segurança alimentar de um país que já foi sinônimo de fome.

O segundo país mais populoso da África ainda enfrenta desafios para obter alimentos. Mas, agora, a Agência de Transformação da Agricultura do governo, sob o comando de Khalid Bomba, quer ampliar o alcance da agricultura comercial e segurança alimentar em um prazo de 20 anos. A agência se espelha em iniciativas adotadas na Coreia do Sul e Taiwan.

“A razão pela qual o setor agrícola da Etiópia não se desenvolveu é porque não alavancamos a tecnologia”, disse Bomba, 51 anos, que trabalhou uma década no JPMorgan, tanto em Wall Street quanto em Londres, e depois na Fundação Bill & Melinda Gates, onde coordenou doações no setor agrícola.

No país de 108 milhões de pessoas, a agricultura representa 45% da economia, 80% do emprego e 75% do total das receitas de exportação. A agricultura de subsistência, pequenas áreas de cultivo e acesso limitado a fertilizantes ainda desafiam agricultores.

O café, que teve origem na Etiópia, e as oleaginosas são os dois principais produtos exportados pelo país, tendo somado US$ 1,2 bilhão no ano encerrado em 7 de julho de 2019. Além de ser o maior produtor de café da África, o país também exporta rosas e legumes.

“O maior desafio que a Etiópia enfrenta agora é uma população numerosa e crescente, que continuará aumentando a demanda por alimentos e empregos”, disse Nega Wubeneh, assessor da Alliance for a Green Revolution na África. “Apesar das melhorias na produtividade das culturas, a produção ainda está abaixo das médias globais e do potencial agronômico.”

Compras com drones

A agência de Bomba usa mapeamento de solo por satélite, ligações gratuitas, drones e uma consultoria interna para ajudar os agricultores.

Os potenciais clientes podem ampliar o mapa da Etiópia, procurar uma fazenda por área e mercadoria, assistir a um vídeo feito com um drone para avaliar as condições da produção e contatar agricultores diretamente para comprar as colheitas. Os pequenos agricultores foram agrupados para que cultivem a mesma cultura usando os mesmos métodos.

Bandeira da Etiópia
Potenciais clientes podem ampliar o mapa da Etiópia (Imagem: Pixabay)

“É mais fácil encontrar um mercado para 200 hectares de lavoura do que meio hectare”, disse Bomba sobre os grupos, que produzem trigo, milho, gergelim, cevada, frutas e hortaliças. O projeto planeja dobrar a renda de 5 milhões de agricultores em cinco anos, disse em entrevista em seu espaçoso escritório em Addis Abeba.

A agência também visa melhorar o acesso a sementes e aumentar o uso de fertilizantes. O OCP Group, de Marrocos, comprometeu-se a construir uma fábrica de fertilizantes de US$ 3,7 bilhões, com inauguração prevista para 2023.

Infraestrutura

A média para o consumo de fertilizantes por hectare é de 140 kg. Na Etiópia, o uso é um décimo disso, de acordo com o Banco Mundial. No Quênia, os agricultores usam em média 36 kg de fertilizante por hectare.

“Queremos garantir que a percepção das pessoas dos anos 80, de seca e fome, seja substituída pela percepção de uma Etiópia que é segura para os alimentos. Um país que se alimenta e alimenta outras partes da África”, afirmou Bomba.

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