EUA ampliam tarifaço para 94 países; Brasil já enfrenta alíquota recorde de 50%

Entrou em vigor nesta quinta-feira (7) o novo tarifaço dos Estados Unidos sobre importações provenientes de 67 países e da União Europeia, que tem 27 integrantes — totalizando 94 nações afetadas.
Desde abril, todos os países da lista já enfrentavam uma tarifa de 10%. Os novos percentuais foram anunciados em 31 de julho pelo presidente Donald Trump e variam conforme os acordos comerciais de cada país com os EUA.
O Brasil, no entanto, não faz parte deste pacote: a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros começou a valer na quarta-feira (6).
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Entre os países afetados pelas novas alíquotas estão grandes economias globais como Alemanha, Japão, Índia, Reino Unido, França e Itália — todas entre os 10 maiores PIBs do mundo em 2025, segundo o FMI.
A lista sofreu alterações no último decreto, com inclusões e exclusões. O México, por exemplo, negociou no próprio dia 31 de julho um adiamento de 90 dias da tarifa de 30%.
Já a China, que vinha em uma escalada tarifária com os EUA desde abril, firmou em maio uma trégua de 90 dias, válida até 12 de agosto. Pelo acordo, produtos chineses são tarifados em 30% e os norte-americanos que entram na China, em 10% — percentuais bem abaixo das tarifas anteriores de 145% e 125%, respectivamente. Os dois países ainda negociam estender o período de alívio.
Alguns países conseguiram negociar reduções nas alíquotas com Washington:
- Vietnã: de 46% para 20%
- Indonésia: de 32% para 19%
- Filipinas: de 20% para 19%
- Japão: de 25% para 15%
- União Europeia (UE): de 30% para 15%
- Coreia do Sul: de 25% para 15%
- Reino Unido: ajustado para a alíquota mínima de 10%
Com a implementação total do tarifaço nesta quinta-feira, os EUA estabeleceram alíquotas que variam entre 10% e 41%. As tarifas mais elevadas foram aplicadas à Síria (41%), Laos e Mianmar (40%), e à Suíça (39%). Segundo Trump, a medida se ampara em leis emergenciais dos EUA e visa reajustar os impostos anunciados em abril, no chamado “Dia da Libertação”.
O presidente norte-americano também indicou que as alíquotas podem ser revistas caso haja avanço nas negociações com os parceiros comerciais. Um exemplo foi a reunião entre a presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, considerada “muito positiva” por ambas as partes.
Em suas redes sociais, Trump comemorou o início das tarifas, afirmando que bilhões de dólares estão entrando nos cofres norte-americanos.