Internacional

EUA: CPI não é reconfortante para o Fed e confirma tendência de desaceleração do ritmo de corte de juros

10 out 2024, 15:32 - atualizado em 10 out 2024, 16:42
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CPI confirma tendência de desaceleração do ritmo de corte de juros (Imagem: REUTERS/Joshua Roberts)

Os dados de inflação mais fortes do que o esperado nos Estados Unidos (EUA) reforçam as expectativas de um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) nos juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião de novembro, afirmam economistas.

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Após a divulgação do CPI, os investidores, inclusive, firmaram suas apostas em uma redução menor na taxa, com 80,3% de chances, segundo o CME FedWatch. A possibilidade de um corte de 0,50 p.p. saiu da mesa e, agora, os demais 19,7% esperam uma manutenção nos juros.

Em setembro, o índice de preços ao consumidor subiu 0,2% na base mensal e foi a 2,4% na anual — a variação em 12 meses foi a menor desde fevereiro de 2021. Já o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% no mês e foi a 3,3% em um ano.

A economista do ASA, Andressa Durão, afirma que o desempenho do núcleo é o que preocupa, por ser o segundo mês consecutivo em que vem acima do esperado.

“O número traz de volta o risco de um retorno mais lento da inflação à meta e corrobora uma desaceleração do ritmo de queda dos juros por parte do Fed na reunião de novembro, já que a ameaça de deterioração adicional do mercado de trabalho foi reduzida com o último relatório de emprego”, diz.

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Segundo Durão, se o país retornar para o cenário de emprego forte, o comitê do banco central norte-americana volta a olhar para a inflação como principal driver para as decisões de juros no curto prazo.

Em relação ao mercado de trabalho, o economista sênior do Inter, André Valério, afirma que o último payroll já havia sido forte o suficiente para fechar a porta para um novo corte de 0,50 p.p. — o CPI de hoje confirma essa tendência, diz.

“Dado o último payroll, muito acima do esperado e com aceleração nos salários, o resultado do CPI de hoje não foi reconfortante para o Fed”.

“Até a próxima reunião teremos mais uma divulgação de payroll, que será fundamental para o próximo passo da política monetária. Caso tenhamos outro relatório de emprego tão forte quanto o último, o Fed pode, inclusive, se ver na posição de não cortar em novembro”, afirma.

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Apesar da análise, Valério diz que o Fed ainda tem condições de cortar os juros em 0,25 p.p. em novembro, mas ressalta que “a incerteza sobre a taxa terminal começa a aumentar”.

Wall Street após o CPI

Wall Street operava em baixa nesta quinta-feira (10), após os dados de inflação acima do esperado nos EUA.

Dow Jones caía 0,18%, para 42.433,87 pontos, enquanto S&P 500 perdia 0,27%, a 5.776,16 pontos, e Nasdaq Composite tinha queda de 0,38%, para 18.222,22 pontos.

Os setores sensíveis aos juros caíam, com o setor imobiliário perdendo 0,6%, enquanto o de tecnologia da informação caía 0,5%.

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*Com informações da Reuters

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.