Internacional

EUA e Japão assinam acordo sobre terras raras antes do encontro entre Trump e Xi nesta semana

28 out 2025, 5:04 - atualizado em 28 out 2025, 4:44
donald trump fed juros estados unidos
Ainda na Ásia, Trump assina acordo no Japão para reduzir dependência da China (Imagem: Joyce N. Boghosian)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, assinaram nesta terça-feira (28) uma estrutura de acordo para garantir o fornecimento de terras raras, que também incluem minerais críticos, à medida que os dois países buscam reduzir o domínio da China sobre alguns dos principais componentes eletrônicos.

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Nenhum dos líderes mencionou diretamente a China, que processa mais de 90% das terras raras do mundo, sendo, portanto, a principal fonte da preocupação de ambos os países com suas cadeias de suprimento mineral. Pequim ampliou recentemente suas restrições de exportação.

Trump e o presidente chinês Xi Jinping devem se reunir nesta quinta-feira, à margem da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul, para discutir um acordo que estabeleça uma trégua nas tarifas americanas e nas restrições chinesas à exportação de terras raras.

De acordo com a Casa Branca, Japão e EUA usarão ferramentas de política econômica e investimentos coordenados para acelerar o desenvolvimento de mercados diversificados, líquidos e justos para minerais críticos e terras raras, além de fornecer apoio financeiro a projetos selecionados nos próximos seis meses.

Ambos os países também considerarão um sistema de estocagem mútua e complementar e cooperarão com outros parceiros internacionais para garantir a segurança das cadeias de suprimentos, acrescentou o comunicado.

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Segundo a consultoria Eurasia Group, embora o setor seja dominando pela China, EUA e Mianmar controlam 12% e 8% da extração global de terras raras, respectivamente, enquanto Malásia e Vietnã respondem por 4% e 1% do processamento.

Afagos mútuos

Donald Trump fez elogios entusiasmados à Sanae Takaichi, primeira líder feminina do Japão e muito próxima do o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, falecido amigo e parceiro de golfe de Trump. Ela aplaudiu os esforços do presidente americano para resolver conflitos globais e disse que pretende indicá-lo ao Prêmio Nobel da Paz.

Esses gestos podem atenuar eventuais exigências de Trump para que Tóquio aumente seus gastos com defesa, em meio a uma China cada vez mais assertiva, algo que Takaichi buscou antecipar ao prometer acelerar os planos de elevar os gastos militares para 2% do PIB.

“Tudo o que ouvi de Shinzo e de outras pessoas me diz que você será uma das grandes primeiras-ministras. Também gostaria de parabenizá-la por ser a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra. Isso é algo grandioso”, disse Trump a Takaichi, ao se sentarem para as discussões com suas delegações no Palácio de Akasaka, em Tóquio.

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Fornecimento de energia dos EUA

O Japão se comprometeu a investir US$ 550 bilhões na economia dos EUA, como parte de um amplo acordo comercial bilateral, que pode incluir geração de energia e gás natural liquefeito (GNL), entre outras áreas, segundo fontes próximas às negociações.

Antes da viagem de Trump pela Ásia, Washington pediu aos compradores de energia da Rússia — incluindo o Japão — que interrompessem as importações, e impôs sanções às duas maiores exportadoras de petróleo de Moscou, Rosneft e Lukoil, com o objetivo de pressionar o Kremlin a negociar o fim da guerra na Ucrânia.

Nos últimos anos, o Japão aumentou suas compras de GNL dos EUA, buscando diversificar-se em relação ao seu principal fornecedor, a Austrália, e se preparar para o vencimento dos contratos de fornecimento com o projeto russo Sakhalin-2, lançado em 2009 com participação da Mitsui e da Mitsubishi.

Em junho, a JERA, maior compradora japonesa de GNL, assinou contratos de 20 anos para comprar até 5,5 milhões de toneladas métricas por ano de GNL dos EUA, com entregas previstas para começar por volta de 2030, aproximadamente o mesmo volume que o Japão importa anualmente de Sakhalin-2.

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A maior parte do fornecimento de Sakhalin-2, que cobre 9% das necessidades de gás do Japão, termina entre 2028 e 2033. O país importa menos de 1% de seu petróleo da Rússia, sob uma isenção das sanções, enquanto a maior parte do abastecimento vem do Oriente Médio.

Na semana passada, a Tokyo Gas, maior fornecedora de gás urbano do Japão, assinou um acordo preliminar para comprar 1 milhão de toneladas métricas por ano de GNL do projeto Alaska LNG, após um anúncio semelhante da JERA em setembro.

A JERA também prometeu investir US$ 1,5 bilhão em ativos de gás na Louisiana, em sua primeira incursão na produção upstream nos EUA, onde Tokyo Gas e Mitsui já atuam.

Para manter os preços da eletricidade sob controle, o Japão deseja continuar importando GNL de Sakhalin-2, disse um alto funcionário, observando que a entrega leva apenas alguns dias, contra cerca de uma semana a partir do Alasca e aproximadamente um mês da Costa do Golfo dos EUA.

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“Os EUA disseram que querem que o Japão pare de importar energia russa — mas Sakhalin é a fonte de GNL mais próxima e também a mais barata”, disse Nobuo Tanaka, diretor-executivo da consultoria Tanaka Global Inc.

“A questão deveria ser colocada da seguinte forma: os EUA podem fornecer ao Japão GNL tão barato quanto o que vem da Rússia? O gás do Alasca pode ter esse custo competitivo?”.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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