EUA e Reino Unido anunciam acordo comercial

Os Estados Unidos e o Reino Unido anunciaram, nesta quinta-feira (8), um acordo comercial para reduzir as tarifas sobre alguns produtos importados.
Sem dar muitos detalhes, o presidente Donald Trump afirmou que acordo impulsionará os mercados de exportação dos EUA para produtos agrícolas, incluindo carne bovina e etanol.
“O acordo inclui bilhões de dólares em maior acesso ao mercado para exportações americanas, especialmente na agricultura, aumentando drasticamente o acesso à carne bovina americana, ao etanol e a praticamente todos os produtos produzidos por nossos grandes fazendeiros”, afirmou em pronunciamento.
O republicano também destacou que o Reino Unido vai acelerar o processo alfandegário de produtos norte-americanos. “Assim, nossas exportações passarão por um processo de aprovação muito, muito rápido, sem burocracia. As coisas vão andar muito rápido nos dois sentidos.”
Segundo Trump, os detalhes finais serão escritos “nas próximas semanas”.
Já o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que este é “um dia fantástico e histórico”, sendo que o acordo impulsionará o comércio e criará empregos.
Este é o primeiro acordo desde tipo feito pelos EUA desde que Trump anunciou, no início de abril, uma série de tarifas recíprocas contra mais de 100 países. No caso do Reino Unido, a taxa é de 10%, além das tarifas de 25% sobre aço, alumínio e automóveis.
Vale lembrar que o Reino Unido é um dos poucos países com os quais os EUA têm superávit comercial. Em 2024, os EUA exportaram US$ 79,9 bilhões em mercadorias para a região, enquanto importaram US$ 68,1 bilhões em produtos.
Entenda o acordo comercial entre EUA e Reino Unido
Em publicação na sua rede social, Trump disse que os EUA arrecadarão US$ 6 bilhões em receitas externas com tarifas de 10%, US$ 5 bilhões em novas Oportunidades de Exportação para nossos Grandes Pecuaristas, Agricultores e Produtores, e fortalecerão a Segurança Nacional dos EUA e do Reino Unido por meio da criação de uma Zona de Comércio de Alumínio e Aço e uma Cadeia de Suprimentos Farmacêuticos.
“Este acordo mostra que, se você respeita os Estados Unidos e traz propostas sérias à mesa, os Estados Unidos estão abertos para negócios”, completa.
Segundo documentos da Casa Branca, o acordo inclui mais de US$ 700 milhões em exportações de etanol e US$ 250 milhões em outros produtos agrícolas, como carne bovina.
Os países também se comprometeram em trabalhar juntos para melhorar o acesso aos mercados industriais e agrícolas, além de estabelecer compromissos de alto padrão nas áreas de propriedade intelectual, trabalho e meio ambiente.
Já as tarifas do Reino Unido sobre produtos dos EUA caem de 5,1% para 1,8%.
O presidente também publicou um infográfico com os principais destaques do que foi anunciado.
O secretário de Comércio, Howard Lutnick, destaca que tarifas gerais de 10% ainda se aplicam ao Reino Unido, mas que os EUA reduzirão as tarifas setoriais de 25% para 10% sobre automóveis estrangeiros para a região.
“Fizemos um acordo com eles e com os automóveis”, disse Lutnick. “Ele [Starmer] concordou que eles poderiam enviar 100 mil carros para os Estados Unidos e pagar apenas 10% de imposto, e isso protegeria a indústria automobilística deles.”
Em uma coletiva de imprensa separada, Starmer, em sua própria coletiva de imprensa, afirmou que as tarifas dos EUA sobre o aço e o alumínio britânicos serão reduzidas a 0%.
“Esse é um acordo que protegerá as empresas britânicas e salvará milhares de empregos na Grã-Bretanha”, disse Starmer.
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Confira o pronunciamento na íntegra
Negociações China e EUA
Além do acordo com o Reino Unido, os EUA e a China também devem dar início às negociações em busca de um acordo comercial.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o negociador-chefe de comércio, Jamieson Greer, se reunirão com a principal autoridade econômica da China, na Suíça, no próximo sábado (10).
No entanto, Bessent já ressaltou que essa primeira conversa se concentrará na redução das tensões comerciais entre os dois países, e que não deve ser esperado um grande acordo.
Em abril, os dois países escalaram uma guerra comercial com o aumento de tarifas contra produtos importados — 145% impostos pelos EUA e 125% pela China.