Eleições

EUA enfrentam desafio de urnas vulneráveis a hackers

03 jan 2020, 15:31 - atualizado em 03 jan 2020, 15:31
Conectar urnas à Internet pública, principalmente sem fio, deixa todo o sistema vulnerável, segundo especialistas em segurança cibernética (Imagem: Marcello Casal jr/Agência Brasil)

Depois que hackers russos se esforçaram para se infiltrar no aparato de votação dos Estados Unidos em 2016, alguns estados adotaram restrições de acesso à Internet em seus sistemas de contagem de votos. O Colorado eliminou códigos de barras usados para ler cédulas eletronicamente. A Califórnia reforçou as regras para urnas eletrônicas que podem ser conectadas. Ohio comprou urnas que deliberadamente excluem recursos de tecnologia sem fio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Michigan seguiu um caminho diferente e autorizou uma verba de US$ 82 milhões para máquinas que dependem de modems sem fio para se conectar à Internet. Autoridades estaduais justificaram a medida dizendo que é a melhor maneira de satisfazer um público impaciente que deseja resultados instantâneos.

O problema é que conectar urnas à Internet pública, principalmente sem fio, deixa todo o sistema vulnerável, segundo especialistas em segurança cibernética. Portanto, a nova secretária de Estado de Michigan avalia usar parte dos US$ 10 milhões em fundos federais das eleições para retirar esses modems antes das primárias presidenciais de março.

“O sistema que herdamos não é ideal para segurança, pois nosso equipamento eleitoral pode se conectar e se conectou à Internet”, disse Jocelyn Benson, que venceu a eleição como secretária de Estado e assumiu o cargo em janeiro de 2019. Ela convocou um comitê de especialistas em segurança cibernética para avaliar as vulnerabilidades do sistema eleitoral estadual. “Se é isso que o comitê recomenda, vamos eliminá-los.”

A experiência de Michigan ilustra um desafio espinhoso para as autoridades eleitorais estaduais e locais que tentam modernizar equipamentos antigos e inseguros: a tecnologia que evoluiu ao longo de duas décadas para transferir rapidamente os resultados das eleições dos distritos para as organizações de notícias – que fazem projeções sobre os vencedores – agora foi rotulada como um risco de segurança cibernética.

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br