EUA: Fed deve retomar cortes de juros mais cedo do que o esperado, vê Goldman Sachs

O Goldman Sachs revisou sua projeção e agora espera que os cortes na taxa de juros nos Estados Unidos (EUA) comecem em setembro.
Antes, o banco previa a retomada do afrouxamento monetário apenas em dezembro, com a justificativa de que o auge dos impactos das tarifas impostas por Donald Trump sobre a inflação mensal dificultaria uma redução antecipada.
O economista-chefe do banco, Jan Hatzius, e sua equipe afirmam que as evidências iniciais sugerem que os efeitos tarifários parecem menores do que o esperado. Eles ainda ressaltam que outras forças desinflacionárias têm sido mais fortes.
“Suspeitamos que a liderança do Fed compartilha nossa visão de que as tarifas terão apenas um efeito pontual sobre o nível de preços”, dizem.
Os economistas avaliam também que, embora o mercado de trabalho esteja saudável, tornou-se mais difícil encontrar emprego e a sazonalidade residual e as mudanças na política de imigração representam um risco de queda na folha de pagamento no curto prazo.
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“Embora esteja longe de ser claro, acreditamos que as chances de um corte em setembro estão um pouco acima de 50%, pois vemos várias rotas para chegar lá — efeitos tarifários decepcionantes, compensações desinflacionárias maiores e fraqueza genuína do mercado de trabalho ou um susto com a volatilidade mensal”, afirmam.
O Goldman Sachs projeta três cortes de 0,25 ponto percentual nos juros nas últimas reuniões deste ano — setembro, outubro e dezembro. Apesar de antecipar o início do afrouxamento, o banco descarta a possibilidade de um ajuste já em julho, a menos que os dados de emprego desta semana venham significativamente abaixo do esperado.
Para 2026, os economistas ainda estimam mais dois cortes da mesma magnitude, o que levaria a taxa terminal para o intervalo de 3% a 3,25%.
A revisão da estimativa para a taxa terminal — antes entre 3,5% e 3,75% — reflete o fato de os diretores do Fed não terem elevado as expectativas para a taxa de juros de longo prazo acima de 3%. No dot plot da reunião de junho, as 19 projeções permaneceram inalteradas.
Além disso, eles acreditam que um novo presidente da autoridade monetária pode não concordar com a ideia de que uma taxa terminal ligeiramente acima da taxa neutra de longo prazo seja apropriada em um cenário de déficit fiscal e sentimento de risco elevados.