Internacional

EUA: Payroll forte reforça ‘compasso de espera’ do Federal Reserve nos juros

03 jul 2025, 14:33 - atualizado em 03 jul 2025, 14:33
federal reserve eua
(Imagem: Reprodução)

O resultado do payroll divulgado nesta quinta-feira (3) é mais uma evidência de que o Federal Reserve (Fed) deve manter a taxa de juros estável em julho, independente da próxima leitura de inflação, diz o economista do Inter, André Valério.

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Os Estados Unidos (EUA) superaram as expectativas do mercado e criaram 147 mil vagas de emprego em junho, puxados pelos 73 mil novos postos no setor público. Já a taxa de desemprego foi de 4,1% — abaixo da projeção de 4,3%.

“O mercado de trabalho continua robusto, em um ambiente de difícil contratação, mas de difícil demissão, também”, afirma.

O economista do Inter diz que, até o momento, não se vê sinais de impacto das tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump sobre a economia norte-americana, mas ainda não se pode eliminar essa hipótese. “E é essa incerteza que manterá o Fed paralisado na próxima reunião”.

Segundo Valério, os dados antecedentes do mercado de trabalho sugerem que haverá um impacto negativo tardio no emprego — cenário que deve se tornar mais claro a tempo da reunião de setembro. “Se houver tal impacto, esperamos que o Fed corte nas três reuniões restantes do ano, a partir de setembro”.

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Caso as tarifas não afetem os empregos e a inflação até lá, o Fed deve iniciar os cortes de juros em setembro, seguindo possivelmente uma estratégia de “corta e espera” — com uma pausa na reunião de novembro e retomada em dezembro, desde que o cenário de ausência de efeitos das tarifas se mantenha.

Em linha, o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, diz que o relatório de emprego mais forte que o esperado reforça a visão de que o Fed deve esperar até setembro para iniciar o ciclo de redução dos juros.

Costa afirma que o banco central norte-americano deve retomar o afrouxamento monetário com uma redução de 0,25 ponto percentual (p.p.) e fazendo mais dois cortes similares nas duas últimas reuniões do ano.

A aposta de ambas as casas é de que a taxa de juros básica deverá recuar para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano em dezembro.

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Após a divulgação dos dados de emprego, os mercados futuros indicam que a probabilidade por um corte de juros em julho diminuiu para 4,7%, ante 23% no dia anterior. Setembro permanece como o cenário mais provável para o início do afrouxamento, mas as chances também recuaram para 64,5%.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.