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Vai cortar juros: Tarifas são inflacionárias, mas Fed precisa agir sobre efeitos secundários, diz economista-chefe do JP Morgan

20 ago 2025, 18:41 - atualizado em 20 ago 2025, 18:41
federal reserve fomc juros EUA
Taxa de juros dos EUA está no patamar de 4,25% a 4,50%. (Imagem: REUTERS/Joshua Roberts)

A desaceleração da economia dos Estados Unidos (EUA), impulsionada pelo impacto das tarifas comerciais adotadas por Donald Trump, abre espaço para o Federal Reserve cortar os juros do país, avaliam economistas.

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Na 26ª Conferência Anual do Santander, a economista-chefe do JP Morgan para a América Latina, Cassiana Fernandez, afirmou que a política tarifária tende a bater no crescimento da atividade. “Não é porque economia americana surpreendeu o crescimento até agora que vai continuar surpreendendo.”

Segundo ela, o cenário para a segunda metade do ano é de arrefecimento da atividade norte-americana, o que justificaria cortes de 0,25 ponto percentual por reunião nos juros até o primeiro trimestre de 2026. A queda deve ser gradual devido às incertezas do cenário.

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A economista destacou que as tarifas devem impactar a inflação e o peso disso ficará para o setor privado dos EUA. No entanto, o banco central do país precisa atuar nos demais efeitos da nova política comercial — a desaceleração da atividade.

“O choque tarifário é inflacionário, mas o Federal Reserve tem que agir sobre os efeitos secundários”, disse Fernandez.

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“Se estivermos certos de que a economia americana vai começar a desacelerar, o risco do efeito secundário de um choque inflacionário é menor, ainda mais em um ambiente que as expectativas continuam controladas.”

Na mesma linha, Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, afirmou que, com as tarifas, a economia do país opera com menos eficiência.

Ele disse ainda que o aumento da incerteza sobre a política econômica dos EUA é um dos fatores que tendem a pressionar a moeda norte-americana.

Apesar da perda de fôlego em curso, os economistas avaliam que a economia norte-americana não deve entrar em recessão.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.