Ameaça ao Brasil? EUA falam em ‘poder militar para garantir liberdade de expressão’

Os Estados Unidos voltaram a ameaçar o Brasil em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocorre nesta terça-feira (9) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votaram pela condenação.
“Eu não tenho nenhuma ação adicional para antecipar para vocês hoje, mas posso dizer que isso é uma prioridade para a administração, e o presidente não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, disse a porta-voz Karoline Leavitt em coletiva na Casa Branca,
Leavitt respondeu sobre a possibilidade de novas sanções contra o Brasil em pergunta feita por Michael Shellenberger, ativista e jornalista ligado a Donald Trump.
Shellenberger foi o responsável pelo Twitter Files Brazil (Arquivos do Twitter do Brasil, em tradução livre).
O texto foi usado pelo empresário Elon Musk, dono da plataforma X, antigo Twitter, para acusar o Judiciário brasileiro de censura na rede social que ele controla.
A porta-voz também afirmou que a liberdade de expressão é “sem dúvida, a questão mais importante do nosso tempo” e lembrou que o próprio Trump já foi “censurado”.
As sanções contra o Brasil incluem taxação de 50% sobre produtos importados e a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes.
Os EUA também cassaram vistos de outros ministros do STF e de integrantes do Ministério da Saúde brasileiro.
Além disso, há restrições à delegação brasileira que deve visitar os EUA para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, neste mês, que estão no radar do presidente Trump.
Mais cedo, Eduardo Bolsonaro ameaçou familiares de Alexandre de Moraes com sanções.
“Vou provar para o Alexandre de Moraes que ele encontrou um cara de saco roxo que vai acabar com essa brincadeirinha dele. Moraes, você, a sua mulher e, depois dela, que em breve serão sancionados os seus filhos. Eu vou atrás de cada um de vocês”.
Também nesta terça-feira, o perfil oficial da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil no X (antigo Twitter) republicou postagem de subsecretário do governo Trump, afirmando que os EUA continuarão tomando “as medidas cabíveis” contra o ministro:
“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.