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Coluna da Juliana Leão

Eunicórnios: É possível uma pessoa só valer 1 bilhão?

11 jun 2025, 11:33 - atualizado em 11 jun 2025, 11:33
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Startups estão provando que dá pra escalar sem inflar times. A era da pessoa-unicórnio chegou — e ela é real. (Imagem: Pixabay/kiquebg)

Se antes uma empresa alcançar a marca de 20 mil funcionários parecia glamouroso, hoje estamos vendo um movimento totalmente contrário. A eficiência se tornou mais sexy ou o capital ficou mais escasso? Eu diria que um pouco dos dois.

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De 2022 para cá, vimos a torneira dos investimentos em startups secar — e, com isso, os founders apertaram cada vez mais os cintos, à força. Foi um movimento de cada vez menos venture capital e cada vez menos dinheiro disponível no mercado.

Mas o que isso, de fato, significa?

Com o fundraising se tornando uma estratégia cada vez menos acessível — e coincidentemente junto ao avanço da inteligência artificial generativa — criou-se uma atmosfera onde a pressão (e a necessidade) por eficiência virou regra. E logo na sequência vieram os layoffs, os down rounds, a pressão dos fundos por resultado imediato.

As manchetes com “We’re hiring!” sumiram do LinkedIn e deram lugar a comunicados do tipo: “Estamos substituindo 20% do nosso time por IA.” Literalmente. Microsoft, Duolingo e outras gigantes se posicionaram recentemente como empresas AI-first.

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Mas por que eu tô contando isso para vocês? Porque, se vocês pegarem o fio da meada, vão entender onde quero chegar…

No último mês, saíram algumas notícias interessantes:

  • OnlyFans fatura R$ 213 mi por funcionário e supera Apple e Nvidia | Com apenas 48 funcionários, a OnlyFans faturou US$ 1,8 bilhão no último ano
  • Empresa ‘anti-devs’ atinge valorização de US$ 9 bilhões com ferramenta que escreve códigos sozinha
  • A marca de cosméticos de Hailey Bieber foi vendida por US$ 1 bilhão, apenas três anos após ser lançada

Qual o padrão aqui?

Eficiência, escala sem inchar e reputação como equity. E o colapso da ideia de que crescimento exige gente — ou pior, excesso de gente.

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Estamos vendo marcas com poucos funcionários, ou com uma “cabeça”, valendo mais do que muita empresa com 10 mil funcionários por aí.

E o Sam Altman, CEO da OpenAI, não faz muito tempo levantou a hipótese de que logo veremos a primeira pessoa valendo US$ 1 bilhão. Sozinha. Sem contratar ninguém.

A tese que parecia absurda há cinco anos agora não apenas faz sentido: ela é totalmente possível.

Inclusive, li um artigo muito bom intitulado The Rise of the One-Person Unicorn, publicado na Forbes, que mostra com clareza: com agentes de IA operando como engenheiros, designers, editores e gerentes, fundadores solos já estão construindo negócios com valor de mercado bilionário.

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O conceito de lean startup foi reescrito. Hoje não é mais “menos gente”. É só você — com um exército de copilotos de IA operando 24h, sem café, sem burnout, sem plano de saúde.

A tecnologia permitiu que o founder virasse sua própria equipe, com mais performance e menos headcount.

E se isso ainda soar exagerado para você, vale lembrar: a OnlyFans não é uma fantasia de dev. É um negócio real, com lucro real, superando gigantes do Vale.

E a marca da Hailey não foi comprada por caridade — ela carrega um tipo de ativo intangível que o mercado aprendeu a precificar: reputação, comunidade, atenção.

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Com a IA assumindo funções técnicas, o que sobra como diferencial é exatamente isso: a singularidade do fundador.
O ponto de vista, a curadoria, o carisma — ativos não replicáveis.

Quem constrói comunidade, hoje, está construindo capital e esse capital não precisa mais de 300 engenheiros para escalar.

Talvez a pergunta certa nem seja mais: “É possível uma pessoa só valer 1 bilhão?”. Talvez a pergunta agora seja: “Por que a gente ainda acha que precisa de 10 mil pessoas para se tornar um unicórnio?”

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A era da pessoa-unicórnio não é sobre megalomania individual, é sobre uma nova lógica de valor através de um modelo onde menos é mais.

E onde o “mais” pode muito bem ser só uma pessoa, com uma boa ideia, uma boa rede e algumas linhas de código generativo.

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Juliana ingressou na Universidade com 15 anos de idade. Construiu sua carreira como empreendedora, após e durante passagens por empresas multinacionais e startups globais. Escolheu Growth Hacking como área de atuação e hoje atua como Chief Marketing Officer & Advisor de Startups em Open Innovation e no ecossistema de Blockchain e Web3. Também é palestrante e influenciadora no LinkedIn, contando com mais de 50.000 (cinquenta mil) seguidores. É Analista Comportamental, Practitioner em Programação Neurolinguística e entusiasta no estudo do comportamento humano.
juliana.dias@moneytimes.com.br
Juliana ingressou na Universidade com 15 anos de idade. Construiu sua carreira como empreendedora, após e durante passagens por empresas multinacionais e startups globais. Escolheu Growth Hacking como área de atuação e hoje atua como Chief Marketing Officer & Advisor de Startups em Open Innovation e no ecossistema de Blockchain e Web3. Também é palestrante e influenciadora no LinkedIn, contando com mais de 50.000 (cinquenta mil) seguidores. É Analista Comportamental, Practitioner em Programação Neurolinguística e entusiasta no estudo do comportamento humano.
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