Internacional

Europa tem pressa de reequilibrar relações comerciais com EUA

27 nov 2020, 15:31 - atualizado em 27 nov 2020, 15:31
União Europeia
As prioridades comerciais extras da UE, que são compartilhadas pela França e Alemanha, incluem a remoção de tarifas que o governo Trump impôs às exportações europeias de aço e alumínio (Imagem: Pixabay)

França e Alemanha lideram esforços para antecipar conversas com a equipe do presidente eleito Joe Biden, com o objetivo de acelerar as negociações e normalizar as relações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No foco da agenda de Paris está a resolução de uma disputa de aeronaves que resultou em tarifas impostas a mais de 10 bilhões de euros (US$ 12 bilhões) em bens transatlânticos, enquanto Berlim deseja reativar as negociações de livre comércio, segundo autoridades de ambos os países.

“Estamos prontos e em posição de manter conversações imediatamente”, disse Johann Wadephul, especialista em política externa e vice-líder do caucus no Parlamento da União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler alemã Angela Merkel. O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, que havia planejado falar com a equipe do presidente eleito no início desta semana, disse: “Eu realmente espero que este novo governo Biden signifique um novo começo nas relações entre Europa e EUA.”

As prioridades comerciais extras da UE, que são compartilhadas pela França e Alemanha, incluem a remoção de tarifas que o governo Trump impôs às exportações europeias de aço e alumínio; concordar com novas regras tributárias para empresas digitais com operações internacionais; chegar a um acordo comercial limitado sobre produtos industriais; e reformar a Organização Mundial do Comércio.

Ameaça contra setor automotivo

As propostas europeias acontecem após semanas de incerteza sobre a transição nos EUA, que deixou muitos aliados em modo de espera. Le Maire tinha previsão de falar com a equipe de Biden na segunda-feira, mas a reunião foi adiada, segundo uma autoridade francesa, que pediu para não ser identificada. As autoridades alemãs esperam fazer contato nos próximos dias, disse Wadephul.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A Alemanha, que depende muito dos mercados de exportação e tem US$ 252 bilhões em comércio bilateral com os EUA a cada ano, está particularmente ansiosa para diminuir as tensões com os EUA, que impuseram tarifas às exportações europeias em nome do fortalecimento das indústrias americanas. O presidente Donald Trump ameaçou várias vezes atingir o setor automotivo alemão com tarifas.

De fato, cresce a pressão em Berlim para que o governo entre em contato com a equipe de Biden sobre negociações de livre comércio, especialmente depois que a China selou outro acordo comercial de grande escala na região da Ásia-Pacífico.

“A China está avançando com um acordo de livre comércio asiático, esse é um alerta para a Europa”, disse Matthias Heider, parlamentar encarregado de assuntos econômicos da CDU, de Merkel. “Esta deve ser uma prioridade para a chanceler.”

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br