Empresas

“Evento macroeconômico”: A lição deixada pelo ataque cibernético à Jaguar Land Rover

31 out 2025, 12:38 - atualizado em 31 out 2025, 9:57
ataque cibernético cyberattack jaguar land rover reino unido
Maior fabricante automotivo do Reino Unido enfrenta o pior ataque cibernético da história do país (Imagem: Marvin Samuel Tolentino Pineda/iStock)

Ao longo do mês de setembro, a Jaguar Land Rover (JLR), maior montadora do Reino Unido, foi alvo do que é considerado o ataque cibernético mais severo já registrado na história do Reino Unido.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O incidente levanta novas preocupações sobre a vulnerabilidade das empresas às ameaças virtuais crescentes.

De acordo com informações da BBC, a JLR suspendeu suas operações de produção durante todo o mês, resultando na paralisação das linhas de montagem em fábricas localizadas em diferentes países.

Essa interrupção digital levou a um prejuízo financeiro estimado em aproximadamente £1,9 bilhão (cerca de R$ 13,44 bilhões), conforme dados do Centro de Monitoramento Cibernético (CMC), uma organização sem fins lucrativos que avalia riscos desse tipo de ataque.

A retomada das atividades está sendo feita de forma progressiva e o impacto econômico é significativo. Edward Lewis, diretor do Centro de Monitoramento Cibernético, descreveu o episódio como “um evento macroeconômico muito sério para o Reino Unido,” durante entrevista à CNBC.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Impacto e contexto econômico

A Jaguar Land Rover é uma das maiores empregadoras do setor automobilístico no país, com aproximadamente 33 mil funcionários diretos, além de outros 104 mil trabalhadores na cadeia de suprimentos.

Dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) indicam que, de janeiro a setembro, as vendas da marca na União Europeia caíram cerca de 80%, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O incidente ocorre em um cenário de declínio na indústria automotiva britânica, que teve no mês de setembro seu nível mais baixo de produção desde 1952, segundo a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Veículos. Nem mesmo na pandemia de covid-19 o setor produziu tão pouco.

Quem esteve por trás do ataque à Jaguar Land Rover?

O ataque foi atribuído ao grupo conhecido como Scattered Lapsus$ Hunters, uma união de três coletivos cibernéticos. Um deles, o Scattered Spider, está sendo investigado pela Agência Nacional do Crime do Reino Unido por ações contra empresas como Marks & Spencer e Co-op, também em 2025.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Até mesmo o sistema de saúde público britânico (NHS) foi vítima de invasões virtuais recentemente.

A escalada das ameaças digitais

O número de ataques cibernéticos no Reino Unido disparou, atingindo uma média de quatro incidentes por semana, segundo o Centro de Segurança Cibernética Nacional (NCSC, na sigla em inglês).

Em outubro, o governo publicou uma carta conjunta com a Agência Nacional do Crime e ministros, incluindo Rachel Reeves, ministra das Finanças, alertando todas as empresas do índice FTSE 350 a adotarem medidas preventivas.

O recado foi claro: “não espere pelo incidente, aja agora”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O governo também direcionou sua atenção à Tata Group, controladora da JLR desde 2008, após adquirir as marcas Jaguar e Land Rover da Ford. Mais de 200 empresas do Reino Unido terceirizaram sua gestão de TI à subsidiária Tata Consulting Services (TCS).

Em 2023, a empresa fechou um acordo de £800 milhões (R$ 5,65 bilhões) para a modernização de infraestruturas de tecnologia.

Resposta oficial e apoio governamental

De acordo com a própria Jaguar Land Rover, a marca responde por 4% das exportações do Reino Unido. A CNBC revelou que, no momento do ataque, a empresa não possuía uma apólice de seguro específica contra ataques cibernéticos.

Para auxiliar na recuperação, o governo britânico fez uma garantia de empréstimo de £1,5 bilhão (R$ 10,6 bilhões). A medida deve ajudar a companhia na retomada da produção.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os impactos econômicos incluem queda nas vendas, redução de lucros, aumento de custos de contenção e prejuízos às empresas parceiras e fornecedores locais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
equipe_trends@moneytimes.com.br
Leia mais sobre:

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar