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Exclusivo: agentes da XP não terão acesso aos clientes do Itaú, diz Benchimol

16 maio 2017, 21:49 - atualizado em 05 nov 2017, 14:04

Guilherme Benchimol

A XP Investimentos, líder do mercado de corretoras no Brasil, chacoalhou o mercado com a sua agressiva estratégia ao formar um batalhão de assessores de investimentos. Agora, com a venda de 49,9% da empresa ao Itaú, muitos deles – cerca de dois mil – se perguntam sobre qual o papel que irão desempenhar nesta nova etapa.

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O presidente da XP, Guilherme Benchimol, disse ao Money Times que nada muda. “Os assessores de investimentos da XP não terão acesso aos clientes do Itaú, visto que não existirá nenhum tipo de integração entre as empresas”, explica. Ele ressalta, porém, que uma vantagem será a “chancela” do Itaú. Hoje, segundo o executivo, muitos clientes não conhecem a corretora, o que exige tempo do agente.

“Se antes o assessor precisava apresentar a empresa, se apresentar e apresentar o produto, agora será necessário apresentar somente o produto. O processo ficou mais simples”, diz. O novo bilionário brasileiro ressalta ainda que irá prosseguir com a estratégia da criação de um banco múltiplo para ofertar produtos de “créditos colateralizados”. Veja, abaixo, a entrevista:

O sr. já reiterou em entrevistas e no comunicado da associação com o Itaú que o agente autônomo não será prejudicado, mas como, na prática, o agente será beneficiado por essa mudança? Os agentes associados à XP terão acesso aos clientes do Itaú? O que muda?

Nada muda. Os assessores de investimentos da XP não terão acesso aos clientes do Itaú, visto que não existirá nenhum tipo de integração entre as empresas. Continuamos com o controle e gestão da companhia. O Itaú entrou como acionista minoritário em nossa empresa. Continuamos independentes, oferecendo assessoria personalizada, plataforma aberta e taxa zero, para que o investidor tenha acesso as melhores opções de investimentos.

O assessor de investimentos será beneficiado com a chancela do Itaú, que traz mais credibilidade ao nosso modelo de negócio. Se antes o assessor precisava apresentar a empresa, se apresentar e apresentar o produto, agora será necessário apresentar somente o produto. O processo ficou mais simples.

A XP cresceu ao lado desses profissionais nos últimos anos. Quantos são hoje os ligados à corretora e qual é a meta para este ano ou para os próximos?

Hoje temos aproximadamente 2 mil assessores de investimentos credenciados à XP. A meta para esse ano é de 3 mil. Existem cerca de 200 mil gerentes de banco. Entendemos que existe muito espaço para aumentar a quantidade de assessores no Brasil. Essa é uma das nossas principais forças e iremos fortalecer a profissão cada vez mais.

No prospecto do IPO, a empresa afirmava que pretendia lançar produtos de crédito por meio de um banco múltiplo próprio – conforme solicitado ao Bacen no ano passado. Esse plano continua de pé? Os agentes também poderão vender esses produtos?

Sim, continua de pé. Será um crédito colateralizado, no qual o cliente que possuir investimentos conosco conseguirá acessar empréstimos com taxas mais baixas do que no mercado. O AAI não poderá vender esse produto, pois não faz parte do escopo da função.

A corretora cresceu muito recentemente por meio de aquisições, o que trouxe para dentro da XP novos colaboradores. Essa estratégia deve continuar nos próximos anos?

Nossa principal estratégia de crescimento será orgânica.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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