Economia

Exclusivo: Banco Central viverá momentos de tensão em 2024, alerta Gustavo Franco

13 dez 2023, 15:33 - atualizado em 13 dez 2023, 15:41
Gustavo Franco
Ao comentar as perspectivas de 2024, Franco diz que se a queda da Selic continuar nesse ritmo, “na minha conta, o juro terminaria em 7.75%” (Imagem: Claudio Gatti/Dedoc)

O ano de 2024 deverá ser tenso para o Banco Central, prevê Gustavo Franco, ex-presidente do BC e sócio-fundador da Rio Bravo. Isso porque o presidente Lula deverá indicar mais três diretores, além do presidente da instituição, já que o mandato de Roberto Campos Neto terminará.

“Só após essa nomeação, e uma vez passado o rito de aprovação, é que o presidente da República vai ganhar o controle do Banco Central. Essa combinação – da sucessão no Banco Central e uma decisão de política monetária – será tensa.”, afirmou ao videocast da Rio Bravo, que irá ao ar nesta quarta e foi adiantado com exclusividade para o Money Times.

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Taxa neutra

Ao comentar as perspectivas de 2024, Franco diz que se a queda da Selic continuar nesse ritmo, “na minha conta, o juro terminaria em 7.75%. Só que o Boletim Focus está mostrando 9%”.

Na avaliação do CSO da Rio Bravo, o mercado acredita que, em algum momento do ano que vem, a taxa de juros vai parar de cair. “Será quando nós conversaremos a respeito da taxa neutra”.

Selic em 11,75%? Três pontos a favor do corte de 0,50

Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne pela última vez este ano para definir o futuro da Selic. Já está precificado no mercado um corte de 0,50 ponto percentual, seguindo o ritmo de afrouxamento monetário das últimas três reuniões.

Com isso, a taxa básica de juros passa de 12,25% para o patamar de 11,75% ao ano. Se confirmado, a Selic voltará para o mesmo patamar que estava em março de 2022. Nesses últimos 21 meses, a vida da Selic foi emocionante: a autoridade monetária elevou a taxa de juros em mais 2 pp, mantendo-a em 13,75% por um ano.

A dúvida agora é até quando o Banco Central deve manter esse ritmo de cortes. Na última semana, Campos Neto alertou os mais otimistas de que o jogo da política monetária ainda não está ganho e há incertezas no ambiente. E já deixou o recado: o BC pode rever o ritmo do afrouxamento monetário.

Com Juliana Américo

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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