Rio Bravo Investimentos

Exclusivo: Copom vê riscos diferentes sobre crédito no Brasil e bancos nos EUA

22 mar 2023, 12:43 - atualizado em 22 mar 2023, 12:43
Federal Reserve
Copom deve aproveitar comunicado da decisão de hoje para apresentar primeiras impressões sobre crise bancária nos EUA (Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vê de forma diferente os riscos associados ao mercado de crédito privado no Brasil e à crise bancária nos Estados Unidos. Aliás, a autoridade monetária deve aproveitar a reunião desta quarta-feira (22) para indicar essa visão.

É o que avalia a Rio Bravo Investimentos. No consenso deste mês, obtido com exclusividade pelo Money Times, Evandro Buccini, sócio-diretor de gestão de crédito e multimercado, e Luca Mercadante, economista da gestora, avaliam que o mercado de crédito brasileiro já dá sinais de arrefecimento.

Eles lembram que o ponto de partida se deu com a questão contábil das Americanas, no início do ano, com o risco sendo refletido nos spreads dos ativos. No entanto, já há uma desaceleração mais brusca no mercado de crédito privado, sob impacto dos efeitos da política monetária

“Mesmo assim, o Banco Central indicou que não vê risco sistêmico”, ponderam os gestores da Rio Bravo Investimentos, no documento. Ainda assim, é muito provável que haja mais uma manutenção da taxa Selic ao final da reunião hoje, seguindo em 13,75%. 

Cada um com sua crise

Isso porque a situação no exterior após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) é diferente. Por isso, a expectativa é de que o Copom aproveite o comunicado da decisão para apresentar as primeiras impressões sobre os episódios recentes envolvendo os bancos regionais nos EUA.

“Com relação aos impactos trazidos da cena externa, devem surgir os primeiros sinais indicativos na comunicação da autoridade monetária”, avaliam Buccini e Mercadante. Porém, eles ressaltam que os efeitos diretos dessa crise bancária no mercado brasileiro serão pequenos. 

Seja como for, o evento afetou a visão dos investidores sobre a política monetária por lá. As expectativas em relação ao Federal Reserve voltaram a mudar em virtude da falência de bancos regionais nos EUA, ressaltam.

Para a Rio Bravo, a percepção é de que o Fed estaria sendo muito agressivo (“hawkish”) com seu aperto monetário, o que acabou levando à quebra dos bancos, incapazes de cumprir suas obrigações com clientes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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