Aberdeen

Exclusivo: Gestora que administra US$ 370 bilhões revela apostas no Brasil

19 abr 2017, 12:13 - atualizado em 05 nov 2017, 14:05

Vale

A gestora Aberdeen, uma das maiores do mundo com US$ 370 bilhões sob administração, está otimista com as perspectivas para o médio e longo prazo para a Bolsa brasileira. “A tendência é positiva, mas não será um rali suave”, afirma o gestor para mercados emergentes do maior grupo escocês de investimentos, Peter Taylor, em entrevista concedida ao Money Times em sua sede em São Paulo.

Taylor, que também faz parte do time global de governança corporativa, avalia que os investidores locais ainda estão pouco alocados em renda variável, enquanto os estrangeiros voltaram com mais força desde o ano passado. “Ainda há potencial de mais recurso de fora para ser alocado no país”, indica. Segundo ele, existe um receio continuado sobre a situação das contas públicas e incertezas políticas.

Peter

“Sinto que a visão dos estrangeiros mudou mais rapidamente do que a dos locais. Isso, contudo, vem do ponto de vista. Para o estrangeiro é o Brasil em relação à Índia, Coreia do Sul, China e México. Já para o local é uma decisão entre ações ou títulos”, ressalta. Taylor pontua que é muito questionado sobre se ainda há espaço para valorização dos ativos brasileiros por conta da forte alta vista em 2016, quando o Ibovespa disparou quase 40%.

“Os investidores que tinham uma visão mais “top down” [que observam mais o caráter macro do que o micro do investimento] estavam mais negativos com o país, não tinham muita exposição, e agora se questionam sobre estarem atrasados. A minha resposta é que não, não estão atrasados porque há uma história muito positiva de médio prazo”, ressalta.

Principais apostas

Segundo o gestor, o mais importante para ele foi identificar as companhias de boa qualidade que sobreviveram à recessão econômica bem. Ele cita como exemplos “surpreendentemente bons” as empresas Lojas Renner, Raia Drogasil e Localiza. “Claro, os números dos últimos dois anos não estão tão fortes quanto estavam há cinco anos, mas ainda assim estiveram extraordinariamente resilientes. O mesmo pode ser dito do Bradesco e do Itaú”, diz.

Ele vê as empresas do setor de consumo, principalmente, negociando a um múltiplo historicamente baixo e no menor ponto do ciclo da lucratividade. Isso, junto com a alavancagem operacional que pode ser usada com a retomada da economia, cria um efeito que combina uma lucratividade excepcionalmente baixa, Selic em queda e o impacto sobre o custo da dívida, além de um momento positivo para a retomada das ações.

“Não é uma história para 2017, ou nem mesmo de 2018, mas uma história de médio prazo sobre uma retomada muito forte dos lucros”, conclui. A Aberdeen, apesar de não investir normalmente em empresas do setor de commodities, tem aproximadamente 2% da Vale e, além disso, indicou dois nomes para o Conselho da empresa: Sandra Guerra e Isabella Saboya.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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