BusinessTimes

Exército de 600 mil ativistas de saúde faz greve na Índia

07 ago 2020, 17:08 - atualizado em 07 ago 2020, 17:08
Elas querem melhor remuneração e sem atrasos e um status legal que garanta um salário mínimo (Imagem: Pixabay)

Elas ajudaram a erradicar a poliomielite na Índia e reduziram o número de mulheres que morrem durante o parto. Mas o surto catastrófico de coronavírus no país, agora com o terceiro maior número de casos no mundo, levou seu exército feminino de profissionais de rastreamento de contatos ao limite.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Após meses de assédio, baixos salários e falta de proteção contra o vírus, cerca de 600 mil do total de um milhão de Ativistas de Saúde Social Credenciadas – ou ASHAs, na sigla em inglês, que também significa esperança em hindi – entrarão em greve de dois dias a partir de 7 de agosto para chamar a atenção para a situação. Líderes sindicais esperam que mais pessoas se unam à paralisação com a divulgação da notícia.

Elas querem melhor remuneração e sem atrasos e um status legal que garanta um salário mínimo para apoiar o trabalho de ajudar autoridades indianas a rastrearem contatos de alto risco de pacientes de Covid-19 em favelas e áreas rurais de difícil acesso no país.

Perder as ASHAs não só ameaçaria o esforço de contenção de vírus da Índia, mas também impactaria outros serviços de saúde oferecidos a famílias rurais que variam de vacinação infantil ao controle da tuberculose.

“Para trabalhar das 7h às 17h, ganhamos apenas 2 mil rupias (US$ 27) por mês e sem máscaras ou desinfetante”, disse Sulochana Rajendra Sabde, uma ASHA de 45 anos no distrito de Jalgaon em Maharashtra, um estado no oeste da Índia cuja capital é Mumbai.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sabde ainda não recebeu as 2 mil rupias extras por mês prometidas pelo governo estadual para o trabalho relacionado ao vírus. “Temos que providenciar tantos documentos por uma soma insignificante que também nunca chega a tempo”, disse. “O governo não tem lugar para nós em seu coração.”

Ligações e um e-mail para o Ministério da Saúde com pedido de comentários sobre a greve das ASHAs não foram respondidos imediatamente.

Compartilhar

bloomberg@moneytimes.com.br