Economia

Expert 2019: Brasil vai deixar de crescer na base de esteroides, diz Stuhlberger do Verde

08 jul 2019, 14:25 - atualizado em 08 jul 2019, 14:25
O crescimento anabolizado, explicou Stuhlberger, ocorria em função do elevado gasto estatal na demanda por obras em infraestrutura, porém o teto de gastos aprovado na gestão do ex-presidente Michel Temer impede crescimento real destas despesas pelos próximos ano (Imagem: Pixabay)

Por Caio Rinaldi/Investing.com

O Brasil está em momento inédito e oportuno para atingir níveis sustentados de crescimento e interromper o famigerado voo da galinha, avalia um dos mais renomados gestores de fundos no Brasil, Luis Stuhlberger, do Fundo Verde.

“Temos duas novidades muito importantes no Brasil: a reforma da Previdência e os juros em nível historicamente baixos. Por muito tempo, tivemos um crescimento a base de esteroides e agora, finalmente, devemos passar a crescer com nossas próprias forças”, declarou o gestor durante a Expert XP 2019. O evento é realizado pela XP Investimentos e conta com o patrocínio da Investing.com.

O crescimento anabolizado, explicou Stuhlberger, ocorria em função do elevado gasto estatal na demanda por obras em infraestrutura, porém o teto de gastos aprovado na gestão do ex-presidente Michel Temer impede crescimento real destas despesas pelos próximos anos.

Diante do quadro, a avaliação do gestor é de que é momento de dar mais espaço para incentivar o mercado de capitais. “É preciso recomeçar e tem alguns motes e drivers muito relevantes para isso. Um deles é o mercado de capitais, trocar o BNDES pelo mercado e ter um juro menor de 10%”, comentou, citando a inclinação da curva de juros e o potencial de atração de investimentos por causa disso.

“A curva está inclinada e existe um desejo muito grande de pessoas físicas em investir. Caso contrário, terão que se contentar com uma Selic perto de 5,0%, com a aprovação da Previdência”, disse.

Em relação à reforma da Previdência, Stuhlberger se declarou “inacreditavelmente surpreso” com o texto que foi aprovado na comissão especial e vai a plenário nas próximas semanas. “O Brasil tem, no mínimo, 20 anos de atraso nas regras previdenciárias. Talvez, sejamos o pior país do mundo, no sentido de muitos benefícios e idade baixa para muitas pessoas”, lembrou.

“A economia pode chegar a quase R$ 1 trilhão. Não gosto de falar antecipadamente, já que a reforma ainda não aconteceu. Assumindo que a reforma saia como está, estamos extremamente otimistas, dado que será algo de uma magnitude muito acima do que se esperava”, ponderou o gestor do Verde. “Quando houve a denúncia da JBS (SA:JBSS3) lá em 2017, a reforma que era viável era muito menor do que a discutida atualmente.”

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