Internacional

Exportações da China batem recorde enquanto empresas tentam acelerar envios antes de novas tarifas

14 jul 2025, 6:07 - atualizado em 14 jul 2025, 6:07
Exportações da China crescem em meio a tensões comerciais
Balança comercial da China foi recorde no primeiro semestre, mas cenário não é otimista com novas tarifas

A China encerrou o primeiro semestre do ano com um superávit comercial recorde de aproximadamente US$ 586 bilhões, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas divulgados nesta segunda-feira. As exportações subiram 5,8% em junho em relação ao ano anterior, alcançando US$ 325 bilhões, superando estimativas do mercado para uma alta de 5,0%.

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Os embarques para os Estados Unidos caíram 16,1% em relação ao ano anterior, após um tombo de mais de 34% em maio. As empresas chinesas conseguiram compensar a queda nas vendas para os EUA ao ampliar suas exportações para outros mercados — com destaque para os 10 países do grupo da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), que cresceram 17% em relação ao ano anterior.

“O comércio da China resistiu à pressão e avançou no primeiro semestre do ano”, disse Wang Lingjun, vice-chefe da agência alfandegária, em uma coletiva de imprensa. “Mas precisamos observar que o unilateralismo e o protecionismo estão em ascensão no mundo, e o ambiente externo está se tornando mais complexo, difícil e incerto.”

Empresas chineses aceleraram o envio de pedidos para aproveitar uma trégua tarifária frágil entre Pequim e Washington antes de um novo prazo em agosto. Os produtores chineses, diante da demanda interna fraca e de condições mais difíceis nos Estados Unidos, onde vendem mais de US$ 400 bilhões em mercadorias por ano, estão se precavendo e correndo para conquistar participação em mercados mais próximos.

“Há alguns sinais de que a antecipação da demanda está começando a diminuir gradualmente”, disse Chim Lee, analista sênior da Economist Intelligence Unit. “Embora esse movimento de antecipação de pedidos antes do prazo de pausa tarifária de agosto deva continuar, as tarifas de frete para envios da China aos EUA já começaram a cair.”

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“A diversificação e o redirecionamento do comércio continuam, o que certamente chamará a atenção dos formuladores de políticas nos EUA e em outros mercados”, acrescentou.

As exportações chinesas de terras raras aumentaram 32% em junho em relação ao mês anterior, segundo os dados da alfândega, em um sinal de que os acordos firmados no mês passado para liberar o fluxo desses metais estão começando a dar resultado.

Mas analistas dizem que os negociadores chineses terão dificuldade para convencer os EUA a reduzir as tarifas a níveis que permitam aos produtores manter margens de lucro, alertando que tarifas acima de 35% eliminariam os ganhos.

“As tarifas provavelmente permanecerão altas e os fabricantes chineses enfrentam restrições crescentes para expandir rapidamente sua participação de mercado global apenas reduzindo preços. Por isso, esperamos que o crescimento das exportações desacelere nos próximos trimestres, o que pesará sobre o crescimento econômico”, disse Zichun Huang, economista da China na Capital Economics.

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Com informações Reuters

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fernando.antunes.ext@moneytimes.com.br