Guerra Comercial

Exportações da China em outubro caem inesperadamente ao pior nível desde fevereiro

07 nov 2025, 6:26 - atualizado em 07 nov 2025, 6:26
Trump china
Antecipação de exportações pré-Trump impactam resultados chinês de outubro (iStock.com/halbergman)

As exportações da China despencaram inesperadamente em outubro, à medida que os pedidos do exterior diminuíram após meses de antecipação de embarques para escapar das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, enquanto compradores aguardavam para ver como se desenrolaria um mês volátil nas relações comerciais entre Estados Unidos e China.

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Os embarques externos da China encolheram 1,1% no mês passado, o pior desempenho desde fevereiro, revertendo o aumento de 8,3% registrado em setembro e ficando bem abaixo da previsão de crescimento de 3,0% em uma pesquisa da Reuters, segundo dados alfandegários divulgados nesta sexta-feira (7).

O resultado foi influenciado por uma base de comparação elevada em outubro do ano passado, quando as exportações cresceram no ritmo mais rápido em mais de dois anos, à medida que fábricas aceleravam o envio de estoques para grandes mercados, antecipando o retorno triunfal de Trump à Casa Branca.

As importações também cresceram em ritmo bem mais lento, de apenas 1,0%, em comparação com 7,4% em setembro e abaixo da previsão de alta de 3,2%.

Indicadores preliminares mostraram que a economia perdeu parte do ímpeto no mês passado. O PMI caiu para o nível mais baixo em seis meses, sugerindo que o restante do mundo já havia absorvido tantos produtos chineses quanto podia no momento, com donos de fábricas relatando queda acentuada em novos pedidos de exportação.

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As tensões entre China e Estados Unidos aumentaram inesperadamente no início de outubro, depois que Trump ameaçou impor tarifas de 100% sobre produtos chineses, em resposta à decisão de Pequim de ampliar dramaticamente seus controles de exportação sobre metais de terras raras.

O clima se acalmou após o encontro entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, na semana passada, na Coreia do Sul, quando ambos os lados concordaram em estender a trégua comercial, que expiraria em 10 de novembro, por mais um ano.

Ainda assim, os produtos chineses destinados aos EUA continuarão sujeitos a uma tarifa média de cerca de 45%, acima dos 35% que alguns economistas apontam como o limite que elimina as margens de lucro dos fabricantes chineses.

Economistas estimam que a perda do mercado americano reduziu o crescimento das exportações em cerca de 2 pontos percentuais, o que equivale a aproximadamente 0,3% do PIB.

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Para compensar o impacto da ofensiva tarifária de Trump, a China tem buscado diversificar seus mercados de exportação este ano. No entanto, exportadores relatam que muitas vezes precisam vender para outras regiões do mundo com margens mais estreitas para manter participação de mercado.

Somando-se à pressão sobre os fabricantes, o crescente superávit comercial do país com outras nações tem provocado reações protecionistas, em meio a preocupações de que seus produtos de baixo custo possam inundar mercados estrangeiros.

Em resposta, a China anunciou nesta semana uma iniciativa para aumentar suas importações, com o objetivo de transformar o país no “melhor destino de exportação” e “abrir uma cooperação de ganhos mútuos”.

O premiê Li Qiang, em discurso na Exposição Internacional de Importação da China, em Xangai, na quarta-feira, afirmou que a economia ultrapassará 170 trilhões de yuans (US$ 23,87 trilhões) até 2030, acima dos 140 trilhões de yuans projetados para 2025.
A insuficiência da demanda interna, porém, continua sendo um obstáculo.

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Autoridades afirmaram no mês passado que a China pretende aumentar “significativamente” a parcela do consumo das famílias em relação ao PIB nos próximos cinco anos, após um importante conclave do Comitê Central do Partido Comunista definir metas econômicas e políticas para o período de 2026 a 2030.

O superávit comercial da China totalizou US$ 90,07 bilhões em outubro, ligeiramente abaixo dos US$ 90,45 bilhões do mês anterior e inferior à previsão de US$ 95,6 bilhões.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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