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Fabricante de café Lavazza pede novo adiamento de lei da UE contra o desmatamento

09 jul 2025, 12:43 - atualizado em 09 jul 2025, 12:43
Café lavazza
(Foto: Reuters/Dado Ruvic)

A fabricante de café Lavazza pediu nesta quarta-feira (9) que a lei contra o desmatamento da União Europeia seja adiada por mais um ano, dizendo que a entrada em vigor da legislação prejudicará os produtores da África e da América Central e elevará os preços.

A lei, que tem como objetivo acabar com o desmatamento alimentado pelo consumo da UE, exige que as empresas que importam produtos como soja, carne bovina, cacau, café e produtos relacionados provem que suas cadeias de suprimento não scontribuem para a destruição das florestas do mundo, sob pena de multas pesadas.

“Pedimos que a legislação, especialmente para o café, seja adiada por mais um ano”, disse o presidente da Lavazza, Giuseppe Lavazza, a repórteres, durante participação em um evento em Londres.

Ele disse que o setor do cacau estava mais bem preparado do que o do café, pois tinha menos países produtores.

A lei pode ser potencialmente mais prejudicial para o mercado de café do que tarifas comerciais, disse o presidente da Lavazza, acrescentando que seria muito difícil para países como a Etiópia cumprir as novas regras devido à falta de clareza sobre a propriedade da terra.

O executivo fez eco a um apelo semelhante feito este mês pela Mondelez, controladora da fabricante de chocolates Cadbury.

No entanto, essas opiniões se chocam com empresas como a Nestlé, a maior fabricante de alimentos embalados do mundo, que escreveu para a Comissão Europeia na semana passada em apoio às regras de combate ao desmatamento. Um adiamento prejudicaria a credibilidade da União Europeia, disseram na carta, que foi vista pela Reuters, empresas como Nestlé, Ferrero e Danone.

“Qualquer adiamento ou enfraquecimento criaria um vácuo regulatório perigoso, representaria um retrocesso político e econômico e penalizaria as próprias empresas que há muito tempo investem em fornecimento responsável”, disse a carta.

Grupos ambientais também se opõem aos esforços para adiar ou enfraquecer a legislação.

“Reabrir a lei agora seria catastrófico para a reputação da União Europeia como parceira comercial e seria um sinal desastroso no período que antecede a COP30 no Brasil”, disse Hannah Mowat, coordenadora de campanhas da Fern.

A União Europeia já adiou a implantação da lei em um ano, para dezembro de 2025, após reclamações de parceiros comerciais, incluindo o Brasil e os Estados Unidos, e afrouxou algumas regras após críticas do setor.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
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