Federal Reserve

Fala de Powell deve prepara terreno para desacelerar aperto

28 nov 2022, 12:41 - atualizado em 28 nov 2022, 12:41
Jerome Powell
O mercado espera que o Fed desacelere o ritmo no próximo mês e que os juros cheguem a 5% no próximo ano, de acordo com a precificação de contratos futuros (Imagem: Kevin Dietsch/Pool via REUTERS)

Jerome Powell deve corroborar as expectativas de que o Federal Reserve desacelere seu ritmo de aumento de juros no próximo mês, mas lembrará aos americanos que sua luta contra a inflação continuará até 2023.

Powell fará um discurso em evento organizado pela Brookings Institution, na quarta-feira em Washington. Será uma das últimas falas de um formulador de política monetária antes do início do período de silêncio que antecede à reunião de 13 e 14 de dezembro.

O evento oferece a Powell um palco para ecoar comentários de colegas do Fed ao sinalizar que aumentará a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual na última reunião do ano, após quatro aumentos sucessivos de 0,75.

Mas com a inflação ainda muito acima da meta de 2% do banco central americano, ele provavelmente vai costurar qualquer menção a um ritmo menor de aperto com um aviso de que os juros terão que subir ainda mais no ano que vem.

“Ele provavelmente vai usar o discurso para ser hawkish e descrever as dimensões do desequilíbrio no mercado de trabalho”, disse Julia Coronado, sócia-fundadora da MacroPolicy Perspectives. Powell pode enfatizar essas dinâmicas do mercado de trabalho como “uma razão pela qual eles precisam se comprometer com uma política de aperto por mais tempo”, disse ela.

O mercado espera que o Fed desacelere o ritmo no próximo mês e que os juros cheguem a 5% no próximo ano, de acordo com a precificação de contratos futuros.

Essas expectativas estão em linha com os comentários de Powell após a reunião do Fed no início deste mês, quando ele indicou que as autoridades podem diminuir o ritmo de aumentos de juros já no próximo mês, mesmo que acabem elevando os juros para um pico mais alto do que pensavam anteriormente.

“Não acho que haja muito trabalho a ser feito para alinhar o mercado com a visão que eles têm sobre para onde as coisas caminham”, disse Michael Feroli, economista-chefe de EUA no JPMorgan.

As atas da reunião de novembro mostraram amplo apoio entre as autoridades para calibrar as altas, com uma maioria de acordo que logo seria hora de diminuir o ritmo dos aumentos.

Mas as opiniões sobre o quanto eles ainda precisarão elevar o custo do dinheiro foram menos claras, com “vários” dirigentes vendo motivos para ir um pouco além do esperado.

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