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Fávaro justifica novo leilão do arroz por especulação pós-tragédia; ‘Não há dúvidas sobre o tamanho da safra do Brasil’

19 jun 2024, 18:12 - atualizado em 19 jun 2024, 18:12
arroz fávaro
Ministro da Agricultura disse que os preços do arroz subiram entre 30% e 40%, e enfatizou a necessidade para formação de estoques (Foto: Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados)

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, participou de audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (19) para explicar a necessidade de um novo leilão do arroz .

Na semana passada, o leilão para compra de 300 mil toneladas de arroz importado, realizado há duas semanas, foi anulado, com suspeita de conflito de interesse. A medida, criticada pelo setor produtivo do arroz, foi anunciada após a tragédia climática no Rio Grande do Sul, estado que responde por cerca de 70% da safra nacional.

Fávaro ressaltou que não há dúvidas sobre o tamanho da safra do Brasil, assim como do estado gaúcho, que já tinha 70%-80% do volume colhido quando a tragédia ocorreu.

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“Diante destas constatações, eu os convido a fazer uma reflexão. Por que os preços subiram 30% nos dias da tragédia no estado gaúcho? O que justifica isso, senão um ataque especulativo? Não se trata de afrontar os produtores. O preço do arroz subiu 30%, 40% diante da tragédia. É preciso ter um estoque necessário para situações de dificuldade, para vender em momentos de especulação”, disse.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total de arroz do Brasil em 23/24 deve ser 3,6% maior que a do ciclo 22/23, totalizando 10,39 milhões de toneladas.

Importações passadas, critica do setor e detalhes do novo leilão

Em defesa da importação de arroz, Fávaro lembrou ainda que, em 2020, diante de uma alta do arroz no Brasil, o governo Bolsonaro baixou as tarifas de importação – assim, 400 mil toneladas ingressaram no país, e os preços caíram. Agora, além de baixar as tarifas, o governo Lula anunciou a importação de até 1 milhão de toneladas.

O deputado Marcos Pollon (PL-MS), criticou as declarações de Carlos Fávaro. “Esse 1 milhão de toneladas deverá desestimular o produtor do Rio Grande do Sul no momento em que está mais fragilizado”, disse.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR), disse que a compra de arroz internacional vai prejudicar o produtor gaúcho, sendo distribuída para todo o mercado nacional, não atendendo especificamente o povo do RS.

O ministro da Agricultura enfatizou que o leilão contará com novas regras para empresas interessadas, assim como a participação da Conab na qualificação, algo que não ocorreu da última vez.

A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) também vão auxiliar na formulação do novo edital.

*Com informações da Agência Câmara

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