Economia

Fed versus CPI: Inflação americana sobe e investidores dão tchau para cortes nos juros

13 fev 2024, 14:20 - atualizado em 13 fev 2024, 14:20
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Inflação mais alta do que o previsto nos Estados Unidos derrubam apostas de corte de juros por parte do Federal Reserve. (REUTERS/Kevin Lamarque)

O mercado levou um banho de água fria nesta terça-feira (13), após a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos.

O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,03% em janeiro. O resultado ficou acima da previsão de ganho de 0,02%. Com isso, a inflação americana registrou alta de 3,1% no confronto anual — também acima da projeção de 2,9%.

Já o núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve altas de 0,4% no mês e de +3,9% na base anual.

Embora o CPI não seja o índice inflacionário preferido do Federal Reserve, o mercado usa esses números para balizar as recentes falas conservadoras dos dirigentes do banco central americano.

Inflação acaba com apostas de cortes nos juros

E o resultado indica o que Jerome Powell vem insistindo: a inflação segue persistente e a autoridade monetária precisa de mais tempo para avaliar a trajetória de queda nos preços.

William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, destaca que os números são os maiores registrados desde setembro de 2023.

“Já refletindo tais números, vemos mais uma vez, um ajuste nas expectativas em relação aos possíveis cortes de juros pelo Fed”, afirma.

Segundo o CME FedWatch Tool, as apostas de um corte de juros já na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em março caíram de 16% para 8,5%, entre ontem e hoje. Assim como as apostas de uma manutenção aumentaram para a reunião de maio, passando de 39,3% para 61,4%.

O economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, afirma que o aumento em janeiro decorreu principalmente de despesas com habitação, que responderam por dois terços do crescimento do índice. Itens de alimentação também pressionaram o número para cima. Na outra direção, o subíndice de energia teve variação negativa, principalmente por conta da queda nos preços de combustíveis.

“A inflação de janeiro, registrada pelo CPl, certamente não irá ajudar os membros do Fomc a ganharem a confiança adicional que precisam para iniciar o ciclo de queda na taxa de juros. O número acima das projeções para a inflação de janeiro vai derrubar de vez as expectativas dos cortes iniciarem em março e a partir de agora as apostas vão se voltar para maio, junho ou julho”, aponta.

Para ele, só um número muito fraco do PCE — o Índice de Preços de Gastos com Consumo –, que sai no final de fevereiro, poderá balançar a percepção de que os juros mais altos são necessários por mais tempo.

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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