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Felipe Miranda: Dez razões para você cursar o nosso MBA

10 nov 2020, 17:05 - atualizado em 10 nov 2020, 17:09
Profundidade: MBA da Empiricus abordará tópicos de finanças que não se vê na graduação de Economia, diz Felipe Miranda (Imagem: Divulgação/ Empiricus)

Ainda ontem, recebi a seguinte pergunta de um dos maiores investidores do mundo: em que os esforços educacionais estritos da Empiricus diferem dos realizados pelos concorrentes?

É um privilégio conversar com uma turma desse peso. A troca de experiências, visões, análises, informações e perspectivas representa um importante diferencial competitivo. 

Mais do que isso, muitas vezes é a única forma possível de se colocar diante do importante processo dialético científico, em que suas teses e convicções são confrontadas com antíteses de terceiros, podendo-se testar a qualidade dos próprios argumentos e, mais importante, das próprias posições. É difícil caminhar conversando consigo mesmo. São raríssimas as vezes em que a evolução se dá pelo ensimesmado processo de autoproclamar-se certo.

Imaginei que a dúvida dele também pudesse ser sua. Por isso, resolvi escrever sobre nosso MBA e sobre por que entendo que você deveria cursá-lo. Listei dez razões:

1) Um MBA é um ambiente focado e eficiente para se estudar finanças com profundidade, mais até do que uma graduação em Economia, cuja grade curricular quase ignora as matérias de mercado financeiro. Eu mesmo fiz uma única disciplina de finanças na graduação da USP: Derivativos, com o querido professor Marcos Eugênio da Silva. E, sim, estudar finanças faz bastante diferença em sua trajetória no mercado financeiro. Até pode ser um estudo informal, reconheço. Mas, possivelmente, só a educação formal vai dar-lhe a formação programática clássica e essencial, de maneira estruturada, para o conhecimento no ramo. Claro que você pode também aprender lendo livros em casa e trabalhando no mercado. Esse é o caminho possível. Mas, por construção, vai exigir que você pare seu emprego atual e acumule anos e anos de leitura. Eu mesmo fui nascido e criado no ambiente do mercado financeiro — meu pai foi diretor de banco, sócio de corretora e trader de ações. Entrei em contato com os termos ainda na fase da infância e fui investir em renda variável já com 13 anos. Trabalho formalmente há 18 anos no mercado financeiro. Ainda assim, senti a lacuna da educação formal e fui fazer um mestrado em finanças.

2) Erudição importa. Sem repertório, não há como se fazer analogias, conectar pontos, reconhecer padrões e identificar uma oportunidade. Só os loucos têm ideias sozinhos, sentados numa mesa, sem nunca ter conhecido outras situações semelhantes, visto trajetórias similares, feito estudos de caso. Muitos citam o famoso discurso de Steve Jobs em Stanford sobre a necessidade de conectar os pontos. Mas, ora, você só pode conectar vários pontos se você conhecê-los. As sinapses precisam da memória, que muitas vezes é associativa entre assuntos diversos, das interações entre as coisas num ambiente de complexidade, do “pattern recognition” — e você não vai reconhecer um padrão se não conhecer os padrões. É muito difícil também desenvolver a capacidade de abstração sem uma boa fundamentação teórica. Você fica muito dentro de situações cotidianas se não aprende a pensar dentro de modelos, de representações arquetípicas da realidade e de desenvolver raciocínios lógicos estritos. O CEO do gigantesco fundo Norges diz que, atualmente, só lê sobre filosofia e, segundo ele, isso lhe confere um grande diferencial competitivo (claro que passou pela formação tradicional lá atrás).

3) Diplomas e certificados importam. Sinceramente, não sei se é certo ou errado. Talvez seja errado. Não é porque uma pessoa possui um determinado título que ela é melhor do que outra, evidente. Há gênios sem qualquer tipo de educação formal. Mas sejamos verdadeiros e pragmáticos aqui. Se a gente abre uma vaga de trabalho na Empiricus, rapidamente centenas de pessoas se candidatam a preenchê-la. Não imagino que seja privilégio nosso. Falo da Empiricus apenas como um exemplo. Em todas as empresas, ou na maioria delas, deve ser assim também. E ninguém vai ter condições de entrevistar pessoalmente um a um, fazer todo um escrutínio pessoal profundo em cada caso, dar rigorosamente as mesmas chances para todos. Empresas são estruturas do mundo real, como quaisquer outras feitas por humanos: com muitas imperfeições, várias heurísticas e pouco tempo. Um MBA é uma forma de sinalização — obviamente, não é a única. Se você tem algum interesse em trabalhar no mercado financeiro, pode ajudar mais do que você pensa, tanto como uma sinalização pragmática e trivial, quanto na efetiva capacitação profissional.

4) Para o caso específico de análise de ações e portfólios, um MBA pode ser até mais eficiente do que um mestrado. Explico. Ao mesmo tempo em que o conhecimento da teoria é útil para se criar analogias e treinar a capacidade de abstração, o mercado financeiro pertence, em essência, aos praticantes. Difícil aprender a ganhar dinheiro no mercado com quem não ganha dinheiro no mercado. No mestrado que eu fiz — e não é nada contra ele, pois eu o escolhi; poderia ter feito em outro lugar e seria pior — havia um único professor com trajetória sólida no mercado financeiro, que era o Paulo Tenani, ex-estrategista chefe do Citi e ex-CIO da Pragma. Ele virou meu orientador e eu o considero quase um amigo. Neste MBA em particular, as análises setoriais, por exemplo, serão ensinadas por gente do setor, que ocupa as cadeiras mais relevantes em empresas listadas, enquanto outros professores serão gestores de bilhões de reais. Gente com conhecimento da teoria, sim, mas também grandes ganhadores de dinheiro. Querendo ou não, gostando ou não, certo ou errado, essa é a linguagem do mercado financeiro. No mercado, você é tão bom quanto seu último trade. E estamos muito felizes em trazer gente realmente boa, amigos pelos quais manterei para sempre enorme gratidão.

5) Como falei no começo, networking importa. Abre portas e dá acesso a boa informação, que significa talvez a principal diferenciação no mercado. Seria impossível, por exemplo, ter a mesma qualidade de análise da Empiricus sem uma grande rede de relacionamentos. Simplesmente não dá, porque a competição é enorme e você precisa ampliar ao máximo o alcance, algo inviável de se fazer sozinho. Ontem mesmo, tive três calls que ajudaram muito na minha atual visão de mercado. O primeiro com um grande investidor global. O segundo com o CIO de um grande private banking. E o terceiro foi a reunião de analistas da Empiricus, em que eles mesmos também trazem as referências de suas redes de conexões.

Uma pausa antes de prosseguir. Talvez o leitor mais crítico possa ter percebido que, até agora, o texto é uma defesa de MBAs em geral, não do nosso relativamente ao dos concorrentes. É verdade. Separei os últimos cinco pontos. O que difere exatamente então o MBA da Empiricus dos da concorrência?

6) No final do dia, é sobre pessoas. Eu e o Rodolfo temos perfis acadêmicos. Nós nos conhecemos na FEA-USP e depois fomos fazer mestrados juntos. Fomos também para Nova York estudar com Nassim Taleb gerenciamento de risco e para a Universidade Columbia para beber na fonte do value investing. Essa é a nossa natureza. Somos CDFs típicos. O Caio também estudou em Columbia. A Bia pertencia ao quadro de honra da FGV. E por aí vai. Essa não é a natureza dos fundadores dos nossos concorrentes, que são, na verdade, traders ou agentes autônomos. Não há certo ou errado aqui, melhor ou pior. Apenas é o que é. É difícil disputar com o outro fora do seu ambiente. Jogar fora de casa é duríssimo. Outro dia, coloquei aqui o vídeo do orientador do meu mestrado — ele ficou no cargo por vários anos — dizendo que eu fui o aluno mais brilhante da história do curso. Isso deve dizer alguma coisa, sabe? Não porque eu seja, de fato, brilhante ou inteligente. Nem acho isso. O ponto aqui é do viés e do perfil acadêmico. Não há como lutar contra si mesmo. Insisto ao citar James Hillman: não traia sua alma, porque ela se vinga de você. Não tente fazer algo que afronte a sua natureza.

7) Embora seja mais sobre pessoas, é também sobre empresas. A Empiricus é uma empresa de conteúdo, preocupada com recomendações de investimentos e educação financeira. Nascemos assim. E somos assim até hoje. Não nascemos como uma corretora ou um banco de investimentos, que criaram uma edícula ao lado da sua fortaleza para, por meio de um puxadinho, fazer cross sell e upsell nos clientes. “Ah, mas teve uma corretora que, lá no seu começo, também começou dando cursos de educação financeira.” Desculpe, cada um inventa o próprio passado. Curso de análise técnica e day trading com propósito específico de fazer giro louco e gerar brokeragem na corretora não é educação financeira.

8) Se você está lendo esta bíblia até aqui, imagino que nutra algum interesse genuíno pela Empiricus. Dentre as várias possibilidades do MBA, está aquela de vir trabalhar diretamente comigo, na minha equipe.

9) Fomos eu e o Rodolfo, dois fundadores da Companhia, que participamos diretamente da sugestão de grade curricular e também da montagem da bibliografia sugerida. Não delegamos a ninguém. Fomos nós que estivemos com a mão na massa aqui, porque é algo caro e verdadeiro para a gente.

10) Para encerrar, talvez o mais importante: é algo feito pensando no aluno. Ele está no centro. Estou certo de que ele vai sair mais bem preparado para ganhar dinheiro no mercado e, se quiser, fazer carreira neste campeonato de Fórmula 1. Seja muito bem-vindo.

CIO e estrategista-chefe da Empiricus
CIO e estrategista-chefe da Empiricus, é ex-professor da FGV e autor da newsletter Day One, atualmente recebida por cerca de 1 milhão de leitores.
CIO e estrategista-chefe da Empiricus, é ex-professor da FGV e autor da newsletter Day One, atualmente recebida por cerca de 1 milhão de leitores.
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