Empiricus Research

Felipe Miranda: Eleições e dólar, você pode ser ainda melhor do que isso

06 set 2018, 13:29 - atualizado em 06 set 2018, 13:29

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Por Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus Research

Só há uma forma efetiva de responder às fake news: trabalhando ainda mais em prol do assinante. Preocupo-me com o meu jardim. “Foco no cliente, esquece o resto, o eBay e sei lá mais quem”, recomendaria Jeff Bezos, de uma empresa menor, mas com futuro, chamada Amazon.

Formalizo aqui um compromisso: toda vez que espalharem algo falso sobre a Empiricus, devolverei uma melhoria verdadeira e material aos leitores.

Acabamos de abrir mais uma vaga de especialista em ações aqui. Com isso, a equipe de 33 pessoas dedicadas exclusivamente a perseguir as melhores ideias de investimento para você ficará ainda maior. No final, isso se traduz em maior precisão das sugestões e mais lucro para seu bolso. Essa já era a maior e melhor equipe de financistas e economistas do Brasil — e ganhará mais um reforço agora.

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Do que preciso para esta vaga?

Eu queria mesmo era imitar o Bezos, dizendo assim: “Você pode trabalhar por muito tempo, pode trabalhar intensamente, pode trabalhar com inteligência, mas na Amazon não pode escolher apenas duas dessas três opções”. Mas acho que daria processo trabalhista.

Preciso apelar a uma alternativa, portanto. Resumiria assim: precisamos de um “intellectual Navy SEALs”, de Ray Dalio. Ou de um “Poor, Smart and Deep desired to become rich”, do Garantia. Ao menos cinco anos de experiência na cobertura de ações (dez seriam preferíveis, em especial em casos de situações especiais, deep value e distressed). Faculdade de ponta. Pós-graduação ajuda (lato sensu não conta). Além do kit básico de ética, moral e bons costumes, alinhado à filosofia da casa. Boa escrita, capacidade de pensar com a própria cabeça, topar viver isso aqui com a alma e paixão pelo que faz. Pagamos bem.

Se fizer sentido pra você, me mande, por favor, um e-mail: felipe.miranda@empiricus.com.br, com cópia para thiago.veras@empiricus.com.br. Obrigado.

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Com essa contratação, ficaremos ainda mais fortes e melhores a partir do choque. Quem ganha com a equipe mais robusta são os nossos assinantes.

Vivemos a antifragilidade muito além das ideias de investimento. É uma filosofia de vida. Uso esse instrumental para resolver questões cotidianas, sempre fazendo cálculos mentais de valor esperado de cada decisão pessoal (quanto eu ganho versus quanto eu perco), para decidir questões empresariais e para os investimentos.

Neste momento em particular, não há nada mais importante do que o emprego pragmático dessa filosofia. À espera das eleições, o mercado financeiro será acometido todos os dias por um novo choque.

Você deve escolher entre um dos três adjetivos abaixo para caracterizar-se como investidor nos próximos meses:

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• Frágil: aquele que se quebra a partir de um choque. Bom, como estamos adentrando um período de tiro, porrada e bomba, não me parece um bom caminho.

• Robusto: aquele que resiste a um choque. Dado o nível do tiroteio, sobreviver já seria um resultado razoável. No meio da tempestade, queremos apenas atravessar até o outro lado. Mas talvez haja algo melhor…

• Antifrágil: aquele que ganha a partir do choque. Aqui, a proposta é não apenas resistir, mas beneficiar-se do caos e da desordem.

Em termos práticos, como fazer isso?

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Tenho insistido na ideia de comprar dólares. Desde o início do ano, chamo a atenção para o quanto a moeda norte-americana era um hedge barato. Reitero a prescrição, sob a pena de soar repetitivo — peço desculpas por isso; grato pela compreensão.

Ok, legal comprar dólares. E eu espero que você já o tenha feito. Em não tendo, interrompemos a programação normal para fazê-lo imediatamente.

Retornando dos reclames do plim-plim, será que há algo mais a fazer para permitir que nosso portfólio ganhe com a desordem?

Uma alternativa seria adicionar à sua carteira fundos de investimento cujos gestores têm mantido posicionamentos pessimistas sobre a evolução dos mercados. SPX e Gávea, por exemplo, estão nesse espectro. A Luciana pode dar mais detalhes em sua série Os Melhores Fundos de Investimento.  Aliás, quando o gestor da SPX afirmou em público sobre a possibilidade de o dólar ir a 5,30 reais, foi tachado de “exagerado”, “Roubini brasileiro”. Estamos ali no 4,15 e contando. Ah, ele também acertou a tese da abertura de juro global.

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O problema do pensamento independente e original é que ele sempre enfrenta a Santa Inquisição. Na Faria Lima e no Leblon, é melhor estar errado com todo mundo do que certo sozinho.

Alguma outra coisa antifrágil na prateleira?

Talvez um dos dois leitores desta newsletter tenha pensado em estruturas de opções capazes de ganhar com a volatilidade. Strangles, Straddles, Borboletas e por aí vai na flora das apostas de muita variação dos ativos, para qualquer lado.

Ok, pode ser também. De fato, filosoficamente, se alinha a tudo que estou falando aqui. O problema é que esse leitor espertinho pensou a mesma coisa que a torcida do Flamengo. Diante de tanta volatilidade, todo mundo quer comprar opção agora. E, como qualquer outra coisa por aí, demanda muito aquecida significa preços exageradamente altos. Somam-se a isso a pouca liquidez típica desse mercado e seu pequeno desenvolvimento. É uma ótima ideia teórica, cuja implementação prática não é tão fácil. Na teoria, até o comunismo funciona. E o problema de algumas boas ideias é que elas são apenas boas ideias.

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Mas, calma, ainda há esperança. Ontem veio aqui o amigo Moacir Fernandes, que toca um fundo quantitativo de retorno muito interessante na Murano.

Antecipando a conclusão: quando bem-feitas, certas estratégias quantitativas de “trend following” (seguidoras de tendência) conseguem replicar o mesmo perfil de retorno de “strangles e straddles”, tornando-se também uma aposta na volatilidade.

No papo, expliquei meu ceticismo com modelagens econométricas, expondo que o problema da minha vida era com os eventos raros. E qualquer modelo minimamente razoável precisa ter uma amostra minimamente razoável, questão de lógica. Agora, como ter amostra razoável de eventos raros se eles são raros?

Fiquei particularmente interessado porque ele já estava ciente do problema e construiu o modelo do fundo justamente para se aproveitar da curtose, das chamadas caudas gordas, independentemente de posições direcionais. Falamos de peso problem, equity premium and rare events e, de forma mais pragmática, de como a adição de um fundo quantitativo pode, dentro de uma cesta de demais fundos multimercados, adicionar retorno potencial e, ao mesmo tempo, reduzir a variância total do portfólio (uma medida de risco).

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Nota quase técnica rápida: o fundo quantitativo em si pode até ter uma volatilidade alta. Mas, quando colocado numa cesta junto com outros multis, reduz a vol global, porque guarda correlação negativa com o resto.

Ou seja, neste caso, é também uma medida eficiente de diversificação — aqui no sentido ortodoxo de Markowitz mesmo, de ampliação de sua fronteira eficiente (ou ótima): mais retorno potencial com queda simultânea da variância.

Para sintetizar a brincadeira toda em português, fica assim: comprar dólares é uma boa ideia até as eleições. Mas talvez possamos fazer outras coisas também para diversificar e balancear sua carteira, como comprar fundos de gestores pessimistas e de outros com estratégias quantitativas que se beneficiem da volatilidade.

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