FIIs de papel podem ter dividendos menores em meio à deflação, diz XP; entenda

A deflação de 0,11% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto deve provocar uma influência temporária nos rendimentos dos fundos imobiliários de papel, segundo avaliação da XP.
Em relatório, a casa afirma que FIIs mais atrelados ao indexador e sem reservas robustas, como KNIP11 (97% IPCA+) e KNSC11 (56,7% IPCA+), podem apresentar redução pontual nos dividendos distribuídos entre outubro e novembro.
“A deflação observada tende a gerar impacto negativo, ainda que limitado, sobre o resultado dos fundos mais expostos ao índice”, diz a corretora.
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A XP acredita, no entanto, que o efeito será amenizado pela defasagem de cerca de dois meses entre a variação da inflação e o repasse dos proventos, o que permite aos gestores mitigarem os reflexos.
Além disso, a casa ressalta que o IPCA mais pressionado no início do ano também contribuiu para que muitos fundos ficassem mais bem posicionados para absorver impactos temporários.
Perspectivas para a inflação e para os FIIs de papel
O relatório também aponta o movimento como passageiro. Além do bônus de Itaipu, que reduziu a tarifa de energia elétrica, a desaceleração de agosto foi influenciada pela queda nos preços de bens comercializáveis e alimentos — reflexo de safras positivas, condições climáticas favoráveis e valorização do real no primeiro semestre de 2025.
Os valores de serviços, no entanto, seguem elevados, sustentados por um mercado de trabalho aquecido e expectativas inflacionárias persistentes.
Segundo a corretora, que mantém suas projeções para o IPCA em 4,8% ao fim de 2025 e 4,5% em 2026, a economia deve continuar crescendo acima do seu potencial — ou seja, superior ao patamar que, teoricamente, não pressiona os preços.
“O cenário descrito continua favorável para os FIIs de papel indexados à inflação, o que nos leva a manter uma perspectiva positiva, especialmente para aqueles com perfil de risco baixo a moderado e portfólios bem diversificados.”
A casa aponta ainda que muitos fundos imobiliários seguem negociados com descontos atrativos em relação ao valor patrimonial e permanecem relevantes por apresentarem menor volatilidade em comparação a outras classes de ativos.