FIIs de shopping: Gestores enxergam crescimento real e longevidade do setor; ‘Não é voo de galinha’

Os shopping centers seguem mostrando resiliência e potencial de crescimento real acima da inflação, avaliaram gestores durante o FII Experience 2025, evento realizado nesta quarta-feira (22) em São Paulo.
Durante painel sobre o segmento, Rafael Teixeira, gestor da Vinci Compass, destacou que os centros comerciais têm peculiaridades que os diferenciam de outros setores imobiliários.
“Além do aluguel, você tem estacionamento, que cresce com tarifa e fluxo de pessoas, e a possibilidade de montar novas lojas em áreas onde antes não existiam. Isso faz com que o shopping apresente crescimento sustentável”, afirmou.
Segundo o executivo, os resultados dos empreendimentos estão cada vez melhores, com aumento de dois dígitos e baixa inadimplência.
“Hoje os indicadores operacionais de shoppings estão muito positivos, tanto para os fundos imobiliários quanto para as empresas listadas em Bolsa. E não é voo de galinha, é algo sustentável”, ressaltou.
Pedro Carraz, gestor da XP Asset que também participou da discussão, ratificou essa visão e completou que os shoppings precisam ser olhados como investimentos para o longo prazo.
“Ao contrário de galpões ou prédios comerciais, que dependem muito da localização, os shoppings podem ser aprimorados com mudanças na arquitetura, mix de lojas e experiência do consumidor. Por isso, olhamos para os próximos 10 anos e aceitamos pagar mais por ativos icônicos e irreplicáveis”, explicou.
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E-commerce: o fantasma virou amigo?
Ao ser questionado sobre o impacto do e-commerce, Carraz afirmou que a integração entre o físico e o on-line está cada vez mais intensa. De acordo com o executivo, o fantasma até virou amigo.
“Com a pandemia, muito se falava que shopping ia morrer, mas eu nunca tive medo disso. O shopping não vai deixar de existir no Brasil, é algo que está na cultura do brasileiro”.
Shoppings: mudança de estratégia
O gestor da XP também destacou a transformação dos shoppings nos últimos anos. Segundo ele, os centros comerciais vêm se aprimorando para deixar de ser apenas locais de compras e se tornar serviços de lazer, atraindo mais pessoas.
“O shopping vem aprimorando o mix de lojas para se tornar um centro de serviço, lazer e entretenimento. Cada vez mais veremos universidades dentro de shopping. Quanto maior o mix de lojas e serviços, maior o fluxo de pessoas e, consequentemente, o faturamento. É uma equação simples: fluxo gera renda, que gera aluguel.”